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Eu sou eu, oras... Mas sendo especifica, ta ai uma musika que me define... "Eu gosto do meu quarto Do meu desarrumado Ninguém sabe mexer na minha confusão É o meu ponto de vista Não aceito turistas Meu mundo ta fechado pra visitação...Eu vejo o filme em pausas Eu imagino casas Depois eu já nem lembro do que eu desenhei...Coisas que eu sei São coisas que antes eu somente não sabia...Agora eu sei...!" precisa de mais? Lê ai:

15 de outubro de 2017

Ei, deixa eu namorar você? - Cap. 03



22 de fevereiro de 2017 ― quarta-feira

Fomos para o passado, novamente, onde deixei a Murota em casa (2017), que ainda estava sonolenta. Quando a deitei na cama, ela me segurou no pescoço murmurando para eu não sair de perto dela. Eu avisei que voltaria para buscá-la outras vezes, e ela me beijou nos lábios.

Voltei para 2033, quando corri para o banheiro tomar banho para e ir à escola, logo em seguida, pois já estava um pouco atrasada. Troquei de roupa, e coloquei minhas coisas na mochila. Me arrumei e procurei por Yuri, ele tinha me esperado. Saímos logo em seguida.

Fui para a escola e no começo da tarde, cheguei em casa para almoçar e seguir para o trabalho. Comecei a ter espasmos e sentir uma dor imensa, onde ficava meu implante, para controlar meu corpo. Como ele era experimental, havia momentos que ele acabava falhando, e acabava desligando algumas funções básicas, e eu acabava não conseguindo controlar meu corpo por inteiro. Então depois de um tempo em agonia, comecei a gritar pela minha mãe, que naquela hora, era quem fazia o almoço, e estava na cozinha:

― MÃAAAAAAAAEEEEEE... – disse sentindo uma dor quase insuportável.

Ela correu ao meu encontro, me colocando em seu colo, com a cabeça virada para o lado que não tinha o implante.
― Está tudo bem, meu amor... Se acalma... – disse ela tentando me acalmar, colocando a minha cabeça em seu colo.

Pouco a pouco, pude sentir a voz dela sumindo, percebi que minha audição estava indo embora aos poucos. Junto a isso, minha visão, também foi ficando cada vez mais escura, até eu não conseguir ouvir ou ver nada. Depois de um tempo, eu comecei a sentir a voz dela, em seu peito. De repente, senti uma coisa molhada cair em meu rosto. Algo estava suando em meu rosto.

Minha mãe sempre foi uma pessoa muito sensível, e isso me deixava meio sem graça de demonstrar algum tipo de fraqueza perto dela, pois ela sempre acabava desabando, por causa disso.

Ela estava chorando.

Eu, não queria que ela chorasse, mas a minha voz não saia.
Foi então que a abracei. Queria demonstrar pra ela que estava tudo bem. Eu me sentia fraca, mas eu iria resistir.

Corremos para o hospital, quando as crises cessaram um pouco mais e eu já conseguia me locomover para ir para o carro. Minha mãe, correu e ligou para meu pai que estava no trabalho. Meu pai, desesperado e preocupado, pediu para o Tio Allan o carro e foi correndo para casa. Ele quem dirigia o carro, enquanto eu, deitada no banco de trás do carro, no colo da minha mãe.

Eu já estava acostumada com aquele desespero dos dois, pois sempre fui uma criança meio problemática. Eu tive muitas doenças graves com febres de quase 42° sempre que eu gripava, quando eu era criança, e sempre via os dois nervosos para me socorrer. Minha mãe me disse uma vez que eu cheguei até a pedir desculpas, quando ainda criança, por sempre deixa-los preocupados, naquela época.

Logo que chegamos ao hospital, quem fez questão de me atender, foi o médico de sempre. Um, agora senhor, que tinha atendido minha mãe nas idas dela no pré-natal meu e do Yuri. Como o implante em minha cabeça tinha sido ideia e inventado por ele, ele sempre "insistia" em me tratar. Ele mantinha um dispositivo, que alterava a frequência de choques que o implante dava em meu cérebro, alterando a capacidade da minha inteligência, e deixando-me sob controle.

Ele me colocou na cama, e conectou o dispositivo em minha cabeça. Ajustou umas coisas e me pediu pra relaxar. Como eu não conseguia falar, ele começou a me fazer questões de sim e não para que eu respondesse com a cabeça. Depois de um tempo em repouso, eu voltei a falar, meus estímulos, agora controlados, mantinham meu corpo em ordem. Fiquei lá o resto do dia.

A noite, fui liberada, portando um atestado para o trabalho. O meu médico avisou que qualquer coisa, poderia ligar para ele, e deu o telefone para minha mãe.

Chegamos em casa, onde Yuri preparava o jantar. Já passava das 8hs da noite:

Eu avisei ao chefe que você estava mal,  maninha…
Valew, mano…
Avisei também que você levará o atestado amanhã.
Ok, beleza... Obrigada, mano.
De nada, mana. Eu estou terminando o jantar. Quando estiver pronto, eu te chamo.
Ok! Pode deixar... Vou tirar um cochilo.

Eu fui deitar logo em seguida. Depois de algumas horas de cochilo, minha mãe bateu em meu quarto:
Mayo, olha quem eu trouxe pra você? começou ela, acompanhada da Murota-chan.
Oh... falei surpresa. Mizuki-san... ela deitou-se ao meu lado.
Vou deixá-la dormir aqui, porque eu fiquei preocupada com você. disse minha mãe.
Ok, mãe... Obrigada.

 Murota-chan virou-se para mim:
Eu senti sua falta.
Eu também senti. disse beijando-a.
Você quer que eu cuide de você?
Quero.
Então deita aqui. disse ela apontando para a barriga.

Eu fiz, e logo em seguida, eu acabei adormecendo. Murota ficou alisando minha cabeça e cantando suavemente uma melodia, semelhante a que minha mãe cantava para mim, quando eu estava doente, quando eu era criança:

A Aya-san, costumava a cantar isso pra gente, quando alguma de nós estava mal. Ela deve ter cantado pra vocês também.
Sim, ela ainda canta. comentei, ainda sonolenta. E isso sempre me acalma.
Então acho que acertei em cheio. disse sorrindo.

Ela continuou cantando, com uma voz bastante suave. Após um tempo, a voz do meu irmão ecoou pela casa, chamando todos para jantar. Eu, Murota, meu pai e minha mãe fomos para a sala de jantar. Meus irmãos menores, Mirai e Kiseki tinham dormido na casa dos meus primos, pois no dia seguinte, iriam para a escola, logo cedo, com meus tios.

Quem nos acompanhava no jantar, também era meu cunhado tão amado, Samuel Tsugunaga. Ele sempre que podia, ajudava Yuri a cozinhar. E a comida dela era tão boa quanto da mãe e do meu irmão.

Olá, Murota-chan. começou meu pai, logo que sentamos na mesa. Bem vinda.
Obrigada. disse ela em agradecimento.
Você vai comer o que?
O que tiver. disse sorrindo. Eu como de tudo.
Ok, então, sirva-se. disse Yuri, colocando os pratos sob a mesa.

Todos começaram a colocar as comidas em seus pratos. Comemos e conversamos, até que deu 10hs da noite, e minha mãe, seguida por meu pai, levantaram-se da mesa, avisando que iriam dormir. Samuca, que tinha ficado com meu irmão na cozinha, ajudando-o a cozinhar, foi recolhendo as coisas da mesa. Eu a a Murota nos juntamos aos dois.

Vocês estão juntos há quanto tempo? questionou Mizuki.
Há uns 5 meses. começou Samuca. Mas só estamos namorando há 3.
Vocês parecem se dar muito bem, juntos.
Sim.

Eu e Yuri nos afastamos dos dois que seguiram conversando. Nós eramos muito bons em nos manter escondidos. Especialmente dentro de casa. E assim, o fizemos.

Eu acho que eles dois fazem uma ótima dupla. comentei num sussurro para Yuri.
É verdade. concordou. Se precisarmos deles, para procriar, você "cede" a Murota-chan pra mim, hehehehehehehe (xD)?
Só se você me der seu namorado emprestado, hahahahahahaha (Cx).
Topo. dissemos em uníssono, selamos nosso acordo, apertando nossas mãos.

Sorrimos logo em seguida, quando nossos companheiros começaram a chamar por nós, nos procurando:

Mayo... Onde você estava? questionou Murota-chan, olhando pra mim com cara de tristeza.
Yuri, onde você estava? perguntou Samuca.
Estávamos escondidos de vocês. (xD) falamos como um só. Estávamos confabulando ideias.
Sobre? questionaram os dois juntos.
Vocês!
 Murota e Samuel olharam para nós sem entender.
Deixem pra lá. falamos e saímos, eu levando a Mizuki-chan, e meu irmão levando o Samuel, pelo braço.


Eu e Murotan, deitamos na cama, e ficamos conversando. Já passava das 11hs da noite, quando caímos no sono juntas.

24 de setembro de 2017

Ei, deixa eu namorar você? - Cap. 02

21 de fevereiro de 2017 ― terça-feira



No dia seguinte, voltando para minha rotina, meu pai acordou-me com um beijo doce na testa:

― Você dormiu de novo na sua mãe... ― comentou ele sorrindo. ― Aconteceu alguma coisa?
― Não, pai... ― respondi, ainda com sono e num tom mais baixo, para minha mãe, que ainda adormecia, não ouvir. ― Agora está tudo bem.

Levantei-me e corri para o banheiro, me trocar para ir para a escola. Notei que o Yuri não estava em casa, provavelmente estava na casa do Samuca, então teria que acobertá-lo novamente. O pai perguntou-me se eu havia visto ele:

― Não pai... ― respondi. ― Mas ele me mandou uma mensagem que iria mais cedo hoje.

O pai concordou, meio sem acreditar, mas logo entendeu que Yuri não tinha dormido em casa. Ele sempre se resolvia com a mãe, quando coisas assim aconteciam. Sai correndo para chegar à escola e encontrar Yuri, falando para ele mandar uma mensagem para a mãe, pois esta, certamente o mataria quando chegasse em casa.
No fim da tarde, logo que cheguei do trabalho, novamente voltei ao passado e fiz vigília na porta do quarto dos meus pais (em 2017), espreitar a conversa, e novamente, a Mizuki-san chegou à porta do quarto, seguida pelas outras garotas membro do grupo, e me se eu iria entrar, pois ela queria falar comigo. 
               
Novamente, esperamos todas as garotas entrarem, para irmos para o quarto dela, que era logo ao lado:

― Você ficou com raiva pelo que eu fiz? ― questionou ela com um tom de culpada.
― Não… É que eu fico bastante incomodada com alguém pegando nos meus seios.
― Ah... ― disse sem graça, mas aliviada. ― Então desculpe...
― Não… Relaxa… ― disse sem graça. ― Eu agi mal… E fiz você pensar que eu não tinha gostado. ― eu baixei a cabeça, ainda mais sem graça. ― Entretanto, eu amei o seu beijo. falei, e no mesmo momento, ela ficou vermelha. ― Você tem os lábios tão... Macios...

Murota-chan ficou ainda mais vermelha e sem graça. Eu então, no impulso, a beijei. Como havia sido impulsivo, ela acabou se afastando de mim. Então comecei a tocar o rosto dela, de uma forma mais carinhosa, fazendo carinhos e beijando-a novamente logo em seguida. Queria ficar naquele momento para sempre. Contudo, depois de um bom tempo fazendo isso, ela afastou-se de mim, aparentando querer bater um papo.
Acabamos conversando mais um pouco e ela, ainda sem graça, respirou fundo, e o sussurro em meu ouvido, disse:

― Ei, deixa eu namorar você?

Meu coração começou a disparar de uma forma que achei que iria pular pela minha garganta.
Em reação, eu apenas fiz que sim, com a cabeça, baixando-a logo em seguida. Mas depois de um tempo, absorvendo o pedido, eu comentei:

― Ok, mas… ― respirei profundamente. ― Você tem certeza?
― Eu não sei o que aconteceu comigo ontem... ― ela respirou fundo, arrumando coragem. ― Mas eu senti que eu queria muuuito você. ― comentou, sem graça. ― Eu não sei se eu sou… Bem, você sabe… ― ela parecia realmente incomodada com a ideia.  ― Mas eu queria muito, muito mesmo, ficar com você.

A Murota parecia muito convencida do que estava falando. Ela parecia esta mesmo "a fim" de mim. Então, eu apenas consenti, beijando-a de uma forma mais romântica e até mais demorada. Eu quis passear um pouco dentro da boca dela, e o fiz. Ela, perdendo a vergonha, acabou fazendo o mesmo, e senti sua língua deslizar no céu da minha boca, suavemente. Parecia que ela não queria me deixar escapar. Depois de um tempo trocando fluidos labiais, uma das amigas dela, que dormiam naquele quarto, a Kanna acabou entrando no mesmo, sem anuncio e ficou estática com a cena que ela vira.

― Mi…Mizu…Ki…chan… ― murmurou quase que de forma inaudível. ― Nani-o? (o que…)...
― Eu… Eto (é…)… ― Mizuki-chan apenas baixou a cabeça sem reação.

Eu me levantei, e logo fui para perto da Kanna, que ainda estava na porta, até segurando para ninguém entrar, tentar explicar o que estava acontecendo. Depois de um tempo de explicação, a Kanna entendeu o ocorrido, e me prometeu sigilo. Contudo, quando ela sentou ao lado da Mizuki para entender dela o que estava acontecendo, ela "deixou" Rina-chan, o 3º membro que dormia naquele quarto, entrar.
A mesma ouviu apenas uma parte da conversa, e ficou sem entender nada, mas manteve uma cara bastante assustada. Fiz sinal para ela esperar, e a mesma assentiu, sentando-se na cama que ficava ao lado de onde a Murota dormia.  Fui para a porta do quarto, espreitei o quarto do meu pai e o da minha mãe, e chequei para ver se não tinha ninguém lá. Depois de checado, entrei no quarto, e me certifiquei que a porta estaria segura. Solicitei sigilo absoluto da Rina-chan, e aproveitei e reforcei com a Kanna. Depois que eu terminei, a Rina ficou uma mistura de surpresa e felicidade pela Murota:

― Então, vocês estão namorando? ― olhei para a Mizuki, e ela assentiu. ― Que ótimo!! ― Rina-chan abriu um sorriso de felicidade.
Kanna, ainda incrédula, apenas achou estranho, mas, ainda assim, ficou feliz pela clara felicidade da amiga:
― Mas…Você não é gay? É?
Mizuki achou a pergunta engraçada, pois se ela gostava de mim, significava que ela era gay?
― Não… ― disse Murota sorrindo. ― Eu acho que não. ― completou com um pouco de medo estampado na voz. ― Mas eu... Gosto de estar em companhia da Mayuki. ― ela comentou, apontando para mim.
Kanna sorriu até um pouco aliviada, o que fez a Murota sorrir:
― Tudo bem então... ― disse ela olhando pra Rina, que concordou. ― Se você está bem com isso, nós também estamos.
― Si... Sim! ― concordou Rina.
As garotas aproveitaram o cair da noite para dar um cochilo. Enquanto eu e a Murota, fomos ao futuro. Eu disse a ela que eu a levaria na minha casa, mas tive que contar que eu, na verdade, vinha do futuro. De inicio, ela não acreditou, mas quando chegamos na minha casa, ela entendeu tudo. Como eu tinha as chaves, como eu conhecia tão bem a casa. Eu morava lá.

Perguntei se a Murota não queria ficar, e ela aproveitaria e conheceria meus pais.
Ela disse que sim, então sorriu. Eu disse a ela, que a presença dela era especial, e que eu queria por um motivo especial, que ela estivesse lá. Murota encontrou meu irmão no corredor. Logo de cara, ela olhou pra mim, em seguida pra ele, e repitiu isso mais umas 3 vezes:

― Vocês são gêmeos...?
― Não… Somos peixes... ― disse o Yuri sorrindo.
― Não… É sério…
― É sério… ― disse brincando.
― Sim, somos... ― comentei dando um tapinha na cabeça dele.
― Ela já te disse que hoje é nosso aniversário…?
― Não… ― comentou olhando pra mim, que apenas deu de ombros.
― Pois é… Somos Peixes! ― disse ele sorrindo e saindo para a cozinha.

De lá, eu pude ouvir a voz da Mãe e do Pai, pra variar, discutindo, sobre como deveria ser, ou não, a nossa festa. Logo que ouviu a voz familiar, a Murota me questionou:

― É a Aya-san? Eu quero vê-la... ― eu imediatamente puxei-a pelo braço, impedindo ela de seguir.
― Eu sinto muito… ― disse com a cabeça baixa. ― Você ainda não pode vê-la.
― Mas é ela, certo?
― Sim, é... Mas depois eu te explico... ― disse respirando fundo. ― Ou melhor, você vai entender em breve.

Depois de ter ficado um pouco triste como o fato, Murota soltou um: "Ainda?", então saímos para meu quarto, um tanto escondidas.
Minha mãe, sempre muito perceptiva, soltou um:

― Mayuki, é você?
Então eu respondi:
― Sou sim, fala…
― Vem aqui um minuto? ― eu nem tinha fechado a porta do quarto ainda, quando, quando a Mizuki fez menção de sair. ― Já vou...

Respondi, me virando para a Mizuki:

― É sério… Desculpa, mas agora não dá pra você encontrar com ela. Eu tenho que explicar... Daqui a pouco, eu volto, então por favor, não saia daqui.

Ainda com um pouco de raiva, ela consentiu, então sai do quarto, direto para a cozinha, saber o que minha mãe queria.

― Oi, mãe… ― disse revirando os olhos.
― Ei, não revire os olhos para mim…
― Desculpa...
― Hump... ― disse ela virando-se pra mim. ― Onde a Srtª. estava?
― Poxa, mãe. Eu só saí um pouco quando sai do trabalho, com a Erika e a Ayala.

Mamãe sempre viu as duas como: "minhas amigas mais responsáveis", apesar de serem minhas irmãs mais velhas, então me deixava sair com elas sem problemas.

― Alias... Você vive perguntando onde que tá a Mizuki-san…
― Hum… ― comentou ela com indiferença.
― Eu posso chamá-la pra festa...?
― Você conseguiu falar com ela?
― Posso ou não?!?
― Tá bom…! ― resmungou ela. ― Olha… Você gosta mais do vermelho ou do azul?
― Azul! Por quê? ― questionei curiosa, mas ela não respondeu, e virou-se para meu pai.
― Então tá! Azul pra ela, vermelho pra ele.

Então meu pai deu um “ok”, e dispensou-me e junto com o Yuri, que ainda estava na cozinha, roubando docinhos.

― Yuri!!! ― gritou ela.
Eu, arrastada por Yuri, saímos gargalhando.
― Valeu pelo toque hoje de manhã... ― comentou Yuri.
― Relaxa...
― Maninha… ― disse Kiseki, meu irmão mais novo.
― Oi, Kiseki.
― Quem é aquela garota no seu quarto? ― questionou curioso. ― É amiga sua?
― Sim, é a Murota-chan…
― A Murota-chan? ― disse confuso. ― Ela não era mais velha?
― Kkkkkkk… Sim… Mas não conta pra mãe...
― OK! ― concordou ele.
― Shiii... ― começou Yuri, puxando a atenção para ele. ― Ela é do passado... ― comentou Yuri num sussurro, o que fez Kiseki ficar com os olhos arregalados.
― Wow...!!! ― disse ele surpreso. ― E como é lá, Yuri?

Os dois saíram conversando, e eu aproveitei para entrar no quarto.
Logo que entrei pulei na Mizuki, que me abraçou, enquanto assistia TV quase dormindo. Beijei-a e deitei-me ao lado dela.

― E ai?
― Então… Como o Yuri disse, hoje é nosso aniversário... E daqui a pouco vai começar a festa. ― comecei, em um tom de suspense.
― Então perguntei se eu poderia chamar você, ela disse que tudo bem... ― disse sorrindo.

Ela estranhou um pouco o fato de eu precisar perguntar a Aya se ela poderia ou não vir à festa, mas não falou nada.

― Você especificou pra ela o ano? Tipo, falou que eu viria do passado...?
― CLARO QUE NÃO… Você é doida? ― ela fez cara de medo. ― Eu não posso falar ainda. Afinal, você não conhece ela?
― Conheço… E como…
― Então… Do jeito que ela é iria, não, VAI me matar quando descobrir…

Quando deu 8hs da noite, e minha mãe começou a gritar para mim e pro Yuri irmos lá fora, falar com o pessoal que já tinha chegado para a festa. Como de costume, todas as amigas da minha mãe estavam lá, exceto pela Sakitty (que depois que se descobriu com magia, seguia sempre em treinamento) e a Murota (a da minha época, sempre estava escondida ou sumida pelo mundo, agora eu tinha uma suspeita do por que...).
Logo, eu e Yuri fomos pra frente de casa. Falamos com Sakaki, Yuuka, Moe, Akari, e todas as outras que chegavam à medida que se passava o tempo. Minha mãe então se virou para mim:

― Você não disse que chamaria a Murota?
― Sim… ― Kanna fez menção de falar "como", mas eu a impedi. ―… Mas ela me mandou uma mensagem avisando que só iria chegar na hora do parabéns.
― Ah, tá...

Conversamos durante uns 20 ou 30 minutos, até que a Mizuki (de 2017), que estava deitada em minha cama, me mandou uma mensagem com os dizeres: "Estou com fome, quando começa?".

Avisei a minha mãe que logo entrou junto com meu pai, para arrumar as coisas e o bolo. Eu avisei as meninas, para não estranharem, e convenci elas a fazer surpresa pra meus pais. Comentei com as que não sabiam, que eu namorava a Mizuki, e elas logo quiseram fazer protestos com isso, e algumas, como a Kanna e a Rina, que já sabiam da história, me ajudaram a explicar tudo.

Murota surgiu escondida do corredor, e logo as garotas comentaram que ela estava diferente e radiante. Com a cabeça baixa por causa dos comentários, Mizuki ficou envergonhada e curiosa pelas garotas, afinal, todas elas estavam diferentes do que a Mizuki conhecia (em 2017). Depois de um tempo esclarecendo as coisas, minha mãe entrou na sala, cantando:

Parabéns pra você… ― começou, e logo fora acompanhado de todos presentes na sala. ― Nessa data querida… Muitas felicidades…~ Muitos anos de vida…~ disse ela, com o bolo nas mãos, colocando-o em cima da mesa.

Logo que vi o bolo, entendi o porquê da pergunta dela e do pai: Dois bonecos, uma menina de azul, e um menino de vermelho; estampados em cima do bolo. Eu e Yuri nos entreolhamos e nós soprarmos as velas juntos.

De repente, notando a “coisa estranha” presente na sala, minha mãe olhou subitamente para mim:

― MAYUKI WADA... ― meu coração gelou. ― O que significa isso?! ― disse ela, fazendo menção a Mizuki.
― Então… Mãe… ― disse eu querendo me esconder. ― Essa é a Mizuki, ué… (xD)
Depois que eu pronunciei a palavra “mãe”, me referindo a Aya, a Mizuki entendeu.
― Mayuki… ― disse ela bufando. ― Porque?
― Porque… Porque… ― comentei tentando achar explicações válidas para a presença da Murota (de 2017) ali. ― Então… Eu…
Gosto… Dela… ― vi minha mãe querer desmaiar, quando eu terminei a frase. ― Mãe… Desculpa… Eu … Sou… Gay... (u.u).
― Mas… Você não namorava um menino…?
― Então… Mas eu não gosto de ser submissa, mãe… Fora que… ― baixei novamente a cabeça, como se aquilo fosse me ajudar de alguma forma a me acalmar e dar-me coragem. ― A ideia de ter um garoto, ainda mais como ele, me agarrando de novo, e a ideia de… Bem você sabe… Me incomodam... Me perdoa…
― Eu…

Minha mãe parecia mais chocada com a revelação do que com a Murota ali, que sem graça, apenas sorria, e parecia que ela iria chorar e/ou desmaiar:

― Mayo…
Ela correu, me abraçou, e desabou em lágrimas:
― Eu entendo… E está tudo bem… Se você estiver feliz, eu estou feliz.
Disse ela sorrindo.

Todos ficaram surpresos e calados, mas depois do meu desabafo, meu pai chegou próximo a mim, e me abraço, junto a minha mãe. Então, enfim, todos ali presentes, acabaram ficando aliviados. Depois de todos comerem e beberem, as garotas, amigas da minha mãe foram indo embora pouco a pouco, então depois de um tempo fomos todos dormir.
Como a Murota não tinha como voltar, pois estava tarde, minha mãe foi "obrigada" a deixá-la dormir em casa, e como o quarto do Yuri estava ocupado, pois o Yuri já namorava há um tempo com o Samuca, e o da Mirai e do Kiseki tinha apenas as camas dos dois, ela acabou deixando a amiga dormir em meu quarto.

― Agora acho que já sabemos onde você se esconde, não é Mizuki? ― comentou minha mãe.

Sem entender nada a Mizuki olhou para mim, confusa:
― Então... É que você de 2033, que é esse ano que estamos agora, vive sumida, escondida. ― comentei. ― E quando tentamos contato com você, você/ela, apenas não responde. Minha mãe disse que isso já acontece já há algum tempo, desde que vocês eram da Hello!Project.
― E não somos mais?
― Não! Claro que não...
― Que?
― Ei, calma... Aqui você tem 33 anos. Vocês saíram não tem muito tempo.
― Aaaah...
― Pois é... ― disse sorrindo. ― Então... A mãe diz que você quase sempre sumia. E quando aparecia era nos ensaios, shows e gravações. Fora das câmeras, você sumia.
― Por que?
― Provavelmente, você estava em seu futuro...
― Ah...
― Comigo...
― ? ― ela pareceu confusa. ― E como você sabe disso?
― Você me disse que um dia, uma pessoa chegou em você, e desde então vocês não se separam.
― Você?!?
― É. ― ela sorriu. ― Agora que você já sabe seu próprio segredo, podemos namorar?
― Defina namorar...
― Apenas me deixa...

Eu comecei a beijá-la. E ela retribuindo, me abraçou. Depois da festa, quando todos os convidados se despediram, eu e Mizuki seguimos para meu quarto. Como não poderia deixar de ser, minha mãe acabou pegando no meu pé, insistindo para levar a Mizuki para casa (2017).

― Mãe… Já passa das 11horas da noite… ― argumentei. ― Deixa ela ficar aqui, só por essa noite…(😊)
― Tá…(😒) ― disse bufando. ― Mas amanhã pela manhã, você leva ela de volta.
― OK!  falei arrastando a Murota para meu quarto.


por: Mayuki (Mayo) Wada


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