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Eu sou eu, oras... Mas sendo especifica, ta ai uma musika que me define... "Eu gosto do meu quarto Do meu desarrumado Ninguém sabe mexer na minha confusão É o meu ponto de vista Não aceito turistas Meu mundo ta fechado pra visitação...Eu vejo o filme em pausas Eu imagino casas Depois eu já nem lembro do que eu desenhei...Coisas que eu sei São coisas que antes eu somente não sabia...Agora eu sei...!" precisa de mais? Lê ai:

15 de janeiro de 2018

Ei, deixa eu namorar você? - Cap. 05



24 de fevereiro de 2017 - sexta-feira

Logo pela manhã, fomos acordados: eu, Mirai e Kiseki, com mamãe alertando para o aniversário do papai. Consequentemente, acordando a Mizuki, que havia dormido comigo, e o Samuca que havia passado a noite com Yuri. Acabamos então pulando da cama.

Mamãe sempre tentava fazer algo diferente para o papai, no dia do aniversário dele, seja juntando todos os meus irmãos, seja somente conosco, da família, juntos. Como papai era muito apegado à todos, e acabava sempre funcionando, e como não poderia deixar de ser, ele sempre se esforçava ao máxino para nos dar tudo de bom, então nós acabávamos nos esforçando para fazer o mesmo. Especialmente em seus aniversários.

Por algum milagre, papai ainda dormia, naquela manhã, talvez estivesse cansado de todo o trabalho que ele acabava por ter, e finalmente ele teria um descanso, nesse feriado que se seguia. Mamãe que tinha acordado junto a Yuri, e depois de nos acordar, tinha puxado o Samuel pra ajudá-la na cozinha, e no café da manhã.

Era por volta das 5h30min da manhã, quando eu arrumei forças pra me arrumar de verdade, pois mamãe tinha me feito pular da cama, para arrumar o Kiseki e a Mirai.

Mamãe quase nunca acordava nesse horário, especialmente na época que ela fazia shows, pois ela acabava por chegar em casa nesse horário. Papai sempre insistia para ela continuar dançando e cantando pois ele amava vê-la no palco, ele falava que fazendo isso, ela sempre parecia muito mais feliz. Entretanto, ela quiz se dedicar-se apenas a nós, e acabou por fazer o mesmo, dedicando-se depois, inclusive a ele.

Estava um cheiro delicioso, quando eu e Murotan entramos na cozinha:
Amor, você pode arrumar os pratos pra mim? disse ela apontando pra a mesa.
Claro, mãe. respondi, pegando o prato de pão assado e colocando na bandeja.
Fui para a geladeira, e peguei o queijo e o requeijão, que meu pai amava, e coloquei, organizando tudo, nos cantos do outro prato.
Mizuki olhou pra mim confusa, e perguntou:
Qual a ocasião?
Aniversário do meu pai. falei pegando a bandeja, com as comidas.
Isso explica o nervosismo da Ayacho. disse ela.
Ela sempre fica assim, nos aniversários do papai.
Imaginei. sorriu Mizuki.

Ela acabou me ajudando ao pegar a outra bandeja com o café e as xícaras, e me seguindo para o último quarto da casa, que era dos meus pais. Quando passamos ao lado do banheiro da casa, percebi que papai estava tomando banho.

Mamãe chamou minha atenção, e olhou pra mim, pelo corredor.
Ele está ai? perguntou em um sussurro.
Acenei confirmando, com a cabeça.
Então leva as coisas pro quarto, eu vou chamar a Mirai e o Kiseki.
Ok. respondemos eu e Mizuki juntas.

Seguimos para o quarto, onde o Samuca tinha arrumado a mesa de cama. Colocamos os itens nas bandejas em nossas mãos, e depois na mesa. O Yuri entrou logo em seguida com a jarra de suco, e alguns copos.
O aniversário do pai de vocês, é sempre um evento?
Sim. sorriu Samuca, antes que algum de nós pudesse responder. É sempre um grande evento... Espera até mais tarde. disse ele dando uma piscadela, e sorrindo logo em seguida.

Tudo pronto?

Mamãe entrou logo em seguida com meus irmaozinhos, que ainda estavam com muito sono. Kiseki ainda esfregava os olhos, quando entrou, mas Mirai, parecia ter saido de um filme. Apesar das olheiras, de quem acabou de acordar, ela ainda se mantinha linda.

"Ela puxou a Aya" disse a Murotan num sussurro em meu ouvido, se referindo a Mirai.

Papai entrou no quarto, ainda um pouco molhado por causa do banho.

Surpresa! gritamos todos em uníssono.
 Mamãe, que havia espreitado o tempo todo na porta do quarto, pulou nos braços do papai, dando-lhe um beijo de aniversário. Logo depois, eu, Yuri, Mirai e Kiseki, fomos abraçá-lo. Kiseki, como sempre, pulou nos braços do papai.
Parabéns, pai. disse em um tom carinhoso.
Obrigado, meu amor. sorriu papai, um pouco sem graça.

 Mamãe sabia que papai sempre se fazia de forte. Eu pude ver uma lágrima querer escorrer do rosto dele. Não que ele estivesse emocionado com aquilo, mas porque meu pai tinha medo. Ele sabia que o tempo, que ainda restava com a gente era curto, então, quando a gente o fazia lembrar o quanto ele era importante, sempre o deixava bem emocionado. Mamãe também sabia disso, e por esse motivo, nunca deixava uma data especial passar em branco. Por isso, mamãe sempre fazia de tudo, um grande evento.

Mamãe e papai se prepararam para sair para almoçar, mas Yuri e eu recusamos: "vão juntos, os dois, como num encontro." dissemos quando eles saíram. Mamãe levou Mirai e Kiseki pra casa dos meus tios; Mirai para a casa do Jr., e Kiseki para a casa do tio Shimgu. Fui para o quarto, pois ficamos sós na casa. Yuri se trancou com Samuca dentro do quarto. E eu, com a Mizuki-san. Namoramos por um tempo, até chegar umas 14hs da tarde, foi quando minha mãe me ligou:

Mayuki?
Oi, mãe.
Eu e seu pai vamos passar a tarde fora, então estou te ligando pra avisar que a gente só vai voltar no começo da noite.
Ok, mãe. respondi desligando o telefone.
Mizuki virou-se para mim, me beijando.
O que houve?
Mamãe e papai vão passar a tarde fora, por isso eles deixaram Mirai e Kiseki na casa dos meus tios, pois lá tem minha "vódastra",  fica com eles, brincando com meus primos.
Ah...Ta...

Ela sorriu. Me falou que estava com fome, então saímos do quarto e fomos almoçar. Yuri e Samuca estavam abraçados perto do fogão, enquanto meu irmão terminava de fazer a comida:
Olha ai, Samuca, o Yuri já da pra casar... brinquei.
E você acha que eu estou esperando a gente ficar de maior porque? disse ele sorrindo.
A sim... Não enrole meu irmão não...
E você não enrole minha melhor cunhada. disse Samuca, sorrindo e piscando para a Murotan, ela apenas sorriu, um pouco sem graça.
É a única que você tem, bonito...
É, eu sei, por isso eu estou te falando para não deixar ela. ele deu uma piscadinha para Murota, que ficou sem graça.

Ficamos esperando na cozinha, jogando conversa fora, e sentados na mesa. Samuca estava bebendo uma cerveja, junto a Yuri. Ele me ofereceu.
Não, valeu, Sam.. Hoje eu não estou a fim de beber.
Então, como é namorar a minha cunhada, Murota-san? perguntou Samuca, puxando assunto.
A... Mizuki parecia confusa sobre como deveria responder. Então... Eu nunca namorei, mas está sendo bom ... kkkk sorriu sem graça.
Então, tá... brincou Samuca.

Ele distribui os pratos na mesa, colocando copos com refrigerante ao lado dos pratos na minha frente e na frente da Murotan. Não demorou muito para o Yuri servir a comida. Ficamos conversando um pouco, enquanto nós comiamos nosso almoço.

Eu e o Samuca estamos indo para o Shopping, maninha... Você não quer ir com a gente? questionou Yuri, logo que terminamos de almoçar, enquanto ele retirava os pratos e Samuca lavava.
Não, valew, Yuri... respondi. Vou ficar com a Murotan aqui em casa.
Hum... Saquei... disse ele com malícia.

 Ele correu para o banheiro logo que terminou de retirar os pratos da mesa. Eu e Mizuki, ficamos na cozinha, ajudando Samuca a lavar, enxugar e guardar os pratos do almoço. Mamãe ficaria uma fera, se visse tudo desorganizado na cozinha, então eu peguei a vassoura e varri tudo ali. Depois, enquanto Samuca e Yuri se arrumavam para sair, eu passei pano em toda cozinha, enquanto Mizuki-san assistia um programa bobo na tv, que mostrava, com piadas com as pessoas se divertiam no carnaval no Brasil.
Eles são divertidos... comentou ela sorrindo.
É, são mesmo... concordei.

Depois de um tempo, que o Yuri tinha saido com o Samuca, Mizuki me perguntou se poderíamos sair um pouco, então fomos passear un pouco pela vizinhança.  Fomos a casa do Tio Allan, que era logo ao lado da nossa, mas como eles não estavam, por causa do aniversário do papai, fomos na casa em frente, onde moravam Tia Airi e Tio Deimus, com Kouiya e Hanabi.

Quero te apresentar a Hanabi. falei.
Ok! concordou a Mizuki.

 Entramos, e logo, Mizuki se assustou com a aparência tão mais adulta da Airi-san.
Mayuki... disse ela me abraçando. Você quer falar com a Hana?
Sim, ela está?
Sim, no quarto dela, pode ir. disse apontando o local do quarto.

HANA!! chamei. Você tá ai?
Oi, Mayo... respondeu ela através da porta do quarto. Entra ai...

Entramos.

Se você já viu o quarto de um roqueiro nos filmes americanos, você saberá exatamente como é o quarto da Hana. Era bem escuro, pois ela nao deixava a janela aberta em momento nenhum do dia, e por esse motivo o quarto dela tinha um cheiro atípico. Duas paredes eram cobertas de TNT preto, inclusive eram as que davam acesso a janela. As outras 2, eram cobertas com posters de bandas de rock e jrock que Hana curtia, inclusive existiam vários posteres colados na porta, o que deixava o visual do quarto um sombrio bem legal.

Hana era uma garota que curtia muito a vida, e nao mantinha preconceitos nenhum, e como os pais dela notaram desde o inicio, era quase impossível manter alguma regra com ela, então eles acabavam dando bastante liberdade pra ela, e deixavam ela fazer quase tudo o que queria.

Hana mantinha um narguile em cima da cabeceira ao lado de sua cama. Do outro lado da , na outra cabeceira, tinha um cinzeiro, cheio de restos de cigarro fumados e muitos cigarros feitos manualmente, provavelmente de entorpecentes.

Minha mãe não gostava da ideia de eu e Hana sermos tão próximas, mas era por causa dela que eu me descobri mais cedo, que eu era gay. Hana mantinha uma vida invejável, até para os garotos da escola. Eu sabia de alguns casos que ela manteve com garotas que acabavam, inocentemente, correndo atrás dela.

Ficamos eu, Mizuki e Hanabi conversando até umas 4hs da tarde, quando ouvi o carro dos meus pais parando na porta. Fomos para a frente da casa de Hana, onde estavam a mãe e o pai dela. De dentro do carro saíram: Papai, mamãe, o tio Allan e tia Momo. Logo que saiu do carro, mamãe, olhando pra mim, sem muita surpresa.
Imaginei que você estaria aqui, Mayo. disse ela com um pouco de desdém.
Como foi o almoço?
Foi bom... Seus tios estavam lá também. Porque é aniversario deles hoje. comentou ela.
Eu sei, liguei pro tio Shimgu, e desejei felicidades a ele. disse sorrindo.
Ok! concordou mamãe. Vamos?
Vamos.
Concordei, enquanto eu e Murota-chan nos despediamos de Hana e dos pais dela.

Chegamos em casa, e eu e Murota dormimos um pouco. Mamãe acompanhou papai até o quarto. Ele parecia ter bebido um pouco, pois estava cambaleando.

Inda bem que ele não vai trabalhar amanhã. brincou mamãe enquanto levava papai para o quarto.

Quando passava das 8hs, mamãe nos chamou para jantar. Fomos,  e comemos.
Eu amei a comida do seu irmão. começou Mizuki. Mas, eu gostei muito da sua comida, Aya-san. disse virando-se para ela.
Obrigada... Mas confesso que gosto quando o Yuri faz a comida. sorriu sem graça, minha mãe.

Minha mãe, na maioria das vezes, falava da Mizuki, com um pouco de saudades na voz, entretanto parecia estar muito feliz em revê-la, mesmo que ela namorasse comigo e fosse uma versão do próprio passado, e essas duas coisas, não a deixassem assim tão feliz. Apesar disso, ela parecia eestar feliz em reencontrar a Murotan de novo.

Ficamos um tempo ainda na cozinha. A Murota atualizou a mamãe de tudo o que ela estava passando, atualizando mamãe sobre o que estava ocorrendo em 2017, pois havia 16 anos que minha mãe havia passado pro aquilo.

Era mais de 11hs da noite, quando eu e Mizuki seguimos para o quarto. Deitamos na cama.
Eu estou aqui há quanto tempo, mesmo? perguntou-me Mizuki.
Acho que há dois dias, com hoje... Por que? questionei curiosa.
Porque eu já havia me esquecido como era bom conversar com sua mãe.

Sorri.

Eu sabia o quanto elas tinham sido próximas, pelo que minha mãe e Murota sempre contavam sobre a outra. Elas tinham sido muito próximas, e Mizuki sempre comentava que: "Aya sempre foi como uma mãe para todas nós, pois ela cuidava da gente e nos dava conselhos quando precisávamos".
Eu já havia notado isso, parte porque meu pai brincava comigo e com o Yuri, quando eramos pequenos, sempre dizendo:
Sua mãe foi cuidar da outra família dela, e deixou o papai com vocês.
O que sempre nos fazia chorar, pois a gente pensava que mamãe tinha nos abandonado. Mas, quando notava que nós, eu e Yuri, choravamos de verdade, ele logo se redimia e falava:
Ela está com o Angerme, meus amores... E isso nos acalmava.
As garotas sempre foram muito carinhosas conosco, especialmente a Moe, a Musubu e a Ayano-san. Elas sempre eram quem nos colocavam no pedestal, no lugar da minha mãe, quando iam pra nossa casa. Nos colocavam no colo, contavam histórias, faziam a gente dormir, e coisas do tipo.

Depois de um tempo falando sobre como admirava minha mãe, e tinha um pouco de inveja de mim, mas ao mesmo tempo estava feliz por namorar comigo, a Mizuki adormeceu, deitada em meu braço, com a cabeça encostada em meu seio.



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Ei, deixa eu namorar você? - Cap. 04



23 de fevereiro de 2017 - Quinta-feira

― Bom dia! ― disse a Murotan, me acordando com um beijo. ― Sua mãe disse pra você ficar em casa, pelo menos agora pela manhã. ― já passava das 8hs da manhã.
― É, eu sei ... ― lamentei. ― Então podemos aproveitar e namorar um pouco. ― falei tratando me animar e animar minha namorada.

Ficamos deitadas na cama, durante toda manhã. Como eu e meu irmão eramos geniais, minha mãe acabava por não se preocupar tanto com nossos estudos, então Yuri também havia ficado em casa, ajudando minha mãe nos deveres de casa. Ela sempre deixava pra se preocupar apenas com nossa saúde, então, sempre que ficávamos debilitados ou doentes, ela preferia nos deixar em casa para descansar.

 Depois de um tempo, conversando sobre nós, acabei dando um cochilo, pouco antes da hora do meu almoço. Mizuki então me acordou para almoçar umas 11hs30min, saia de casa às 13hs e 30min. Levantei e fui com ela para a cozinha, e Mizuki seguiu-me:

― Você vai almoçar aqui também, Murota-san? ― questionou Yuri, que passara a manhã ajudando mamãe nas tarefas de casa.
― Sim, vou.
― Então, pode ficar à vontade e se servir. ― falou ele apontando para o fogão. ― Afinal, você já é de casa.
― Obrigada.
Mamãe entrou logo que nos servimos e sentamos para comer:
― Você melhorou, meu amor? ― perguntou ela, dando um beijo em minha testa.
― Estou, mãe.
― E vocês vinheram almoçar e nem me chamaram... ― falou brincando. ― Você sabe que eu gosto de almoçar com vocês...
― Gomen, Aya-san. ― respondeu Mizuki.
― Hahahaha! ― minha mãe sorriu, abraçando Mizuki pela cabeça. ― E você também, Yuri... ― disse ela, ao ver que meu irmão também estava com o prato pronto para comer.
― Sirva-se, mãe. ― disse Yuri, pegndo o prato no escorredor e dando a mamãe.
― Obrigada, meu amor.

Ela colocou a comida no prato, e sentou-se na ponta da mesa, entre mim e Yuri. Ela tinha o aspecto de cansada, e parecia não ter pregado os olhos a noite inteira. Talvez por isso ela tinha deixado o Yuri ficar em casa para ajudá-la. Fora isso, ela parecia ter chorado muito, tipo, a noite inteira:

― Você conseguiu dormir bem? ― questionou ela, virando-se para mim.
― Sim, mãe, obrigada por perguntar.
― E você? ― disse ela virando para a Murotan.
― Estou bem. ― respondeu a Mizuki, que se arrumou na cadeira, e falou. ― Eu posso ficar um tempo aqui?
― Hum...
― Apenas pelo resto da semana... ― começou ela, implorando. ― Até ela melhorar... ― ela viu a expressãoda minha mãe. ― Por favor...
― Foi ideia sua, não foi? ― questionou ela para mim.
― Nã... Não... Mãe... ― disse gaguejando.
― Não foi não, Aya-san. ― disse Mizuki. ― Eu que quero ficar com sua filha, eu gosto da presença dela.
― Você sabe que ficar muito tempo em seu futuro, pode te prejudicar, não sabe?
― Sei, mas... Mas eu quero... ― disse ela, implorando novamente. ― Eu quero sua filha... Eu quero ficar com ela... ― choramingou a Murotan. ― Por favor...
― Ok, ok... ― concordou minha mãe um pouco contrariada. ― Mas cuide-se para não esbarrar em si mesma.
― Tá.
― Apesar, que, eu acho um pouco difícil disso acontecer. ― comentei. ― Já que você daqui, de 2033, mal aparece pra a gente.
― Mas não esqueça que ela gosta muito de você. ― alertou minha mãe. E ela sempre faz questão de encotrar você, quando vem pra 2033.
― É, eu sei.
― Pera... Quer dizer que eu gosto de todas as suas versões?
― Aparentemente, sim. ― respondi. ― Você sempre vem aqui e passa horas conversando comigo. Pra relembrar como eu sou, eu acho.
― Porque eu sempre estou com sua versão futura...
― Sim.
― Eu não posso nem saber como eu vou ficar?
― Hum... ― olhei para a minha mãe, que com desdém, olhou pra cima.
― Isso vocês resolvem com o Taillor.
― Ok! ― respondemos em uníssono.

 Terminamos o almoço, e eu ainda tinha alguns minutos pra a hora do trabalho, então aproveitei e liguei para o Taillor.
― Oi, primo.
― Oi prima, fala. ― disse ele do outro lado.
― Você pode falar?
― Posso. Diga.
― Eu queria tirar uma dúvida com você.
― Diga lá.
― Você sabe que eu, assim como você, arrumei de encontrar e me apaixonar pela Murotan do passado, não é?
― Sim. Ayala me alertou que isso iria acontecer.
― Então... Eu sei que ela não pode se encontrar nessa realidade. Mas ela pode ver registros dela? Como fotos, vídeos?
― Então, priminha... Ela até pode se ver no futuro, mas isso pode acarretar mudanças no mesmo. Desde só a aparência dela mudar, como todo o seu futuro com ela ser diferente.
― Hum...
― Mas sabendo disso, pode fazer o que você quizer.
― Então eu acho que vou ligar para a Ayala.
― Faz isso, pelo menos você limpa sua mente.
― É... Tchau, primo.
― Tchau prima, até mais.
― Até!

Desligamos os telefones. Disquei o número da Ayala, ela sempre estava pronta para dar conselhos para quem quisesse ouvir:
― Ayala? ― disse eu quando ela atendeu.
― Oi, maninha. Diga lá. O que você precisa?
― Quero tirar umas dúvida com você.
― Diga.
― Estás com tempo?
― Sim, pode falar.

Expliquei tudo para a Ayala. Ela era descendente do Oráculo, um ser capaz de ver e sentir passado, presente e futuro, então sempre que nós voltávamos ao passado, pedíamos uma reunião com ela, para saber o que poderíamos ou não fazer. Ela me explicou, dizendo todas as desambiguações possíveis do meu futuro e do futuro da Murota-chan. Depois de alugns minutos, conversando, eu agradeci e desliguei o telefone.
― Obrigada, mana.
― De nada, maninha. ― disse ela do outro lado da linha. ― Até mais tarde.

Disse a Murotan que depois explicaria com detalhes, o que poderíamos ou não fazer, mas eu precisaria sair naquela hora.
― Ok! ― concordou ela.

Fui buscar Yuri, ele estava me esperando:
― Eu achei que você fosse ficar com a sua namorada.
― Eu tenho uns assuntos pra resolver com ela, quando eu chegar.
― Então, vamos?
― Vamos. ― assenti.
Pulamos juntos, como sempre fazíamos, para chegar perto das nuvens, e sair voando para o trabalho.

Quando anoiteceu, que eu cheguei em casa, a Murota havia me esperado no sofá de casa, conversando com minha mãe sobre como ela havia agido depois de me conhecer, e minha mãe não poupava detalhes.
― Oi, Mu... ― disse cumprimentando minha namorada com um beijo em sua testa. ― Oi, mãe.
― Oi, meu amor. Como foi seu dia de trabalho?
― Normal. ― respondi. ― O mesmo de sempre. Sobre o que vocês duas estavam falando?
― Sobre nós duas. ― respondeu a Murota.
― Hum...
― Por que a pergunta? ― questionou curiosa, minha mãe.
― Nada. Vamos, eu tenho umas coisas para falar pra você. ― falei para a Murota, puxando-a pelo braço. ― Tchau, mãe.

Fomos ao meu quarto, e logo que entramos, eu deitei ao lado da Mizuki, que me puxou para a cama. Começamos a namorar, e eu comecei a explicar a ela, o que Ayala havia me alertado. Ela tinha falado que a Murota-chan poderia ver como ela estava, (em 2033), mas que isso com certeza iria ter consequências. Então ela me falou todas elas: Eu ter uma briga feia com a Mizuki, e nós nos separarmos; Não termos os nosso filhos; Morrermos no parto; dentre outros. Ela disse que tentaria arcar com as consequências do seu ato. Então eu levantei-me, e fui pegar alguns itens em um baú. Peguei um bolo de fotografias, e deitei ao lado dela:

― Então, vamos começar por quais você ainda não viu.
― Ok... Eu não vi a Moe-chan, a Kasahara, a Musubu e a Ayano-chan.
― Então... ― falei pegando as fotos. ― Essa, é a minha mãe, que você já viu. ―falei dando a foto a ela. ― E essa, ao lado dela, é a minha madrinha...
― Essa é a Kanon-san???
― Sim, é...
― Ela que passou na 'seleção' da sua mãe?
― Sim... Mas não conta a ninguém...
― Ok...
― Essa ― disse eu pegando outra foto. ― é a Moe-san, junto com a Sakaki.
― Elas ainda estão nesse lenga-lenga?
― Estão... (😒) Você acredita? ― respondi.
― Pior que sim...
―  Mas vai ter um tempo em que isso vai mudar um pouco... Mas por enquanto, deixa quieto... ― disse eu e pude ver uma ponta de esperança no rosto da minha namorada. Essas são a Kasahara, a Musubu e a Ayano... ― falei apontando para cada uma das garotas da foto.
― Nossa, elas estão muito diferentes... ― disse ela ao olhar a fotografia.
― Sim, estão. E andam tão maduras quanto na foto.

Continuei mostrando algumas das fotos do Angerme em meu tempo (2033). Depois de um tempo, eu cheguei em uma sequência de imagens que tinha uma mulher, bastante alta e com o corpo delicado e sinuoso, ela tinha óculos escuros no rosto, cobrindo seus olhos por completo, e longos cabelos negros, que batiam na altura de seu bumbum. A outra mulher, logo ao lado dela, a abraçava de um jeito carinhoso, pedurando-se em seu pescoço, e ainda assim, mantinha os pés um pouco acima do chão. Ela tinha cabelos longos e castanhos claros, quase da cor de seus olhos. Ela tinha um sorriso bastante bonito. Na sequência, a que abraçava, que estava atrás da outra, subia as pernas até ser abraçada por completo pela da frente. Elas pareciam bem felizes juntas.

― Essa...sou eu? ― questionou Mizuki apontando para a mulher de cabelos castanhos.
― Sim é... ― respondi.
― Com 36 anos?
― Sim!
― E essa é você, certo? disse, apontando para uma versão mais velha minha.
― Sim, sou.
― E isso... ― disse ela, ao apontar o dedo para a sua mão esquerda, na foto. ― É uma aliança?
― Sim. ― respondi. ― Nessa época, já estamos casadas, e temos sua filha. ― disse, pegando uma outra foto do baú, e mostrando a Murotan, de 2033, com uma barriga gigante e a mão pousada nela.
― Fi...Filha? disse Murotan olhando para mim. Logo depois de soltar um olhar meio incrédula, ela pegou a foto que edtava em minhas mãos   Ei... Eu estou...
― Grávida! ― respondi. Sim, está
― Oh, meu...

Expliquei toda a nossa história, que ela mesma (de 2033) tinha me contado, quando eu era pequena, e ela olhou para mim:
Você me contava, que em 2017 uma pessoa chegou em sua vida e mudou tudo. Deixou tudo de cabeça pra baixo. Mudança essa que você me conta, ter amado.
― E eu saber disso, agora, pode mudar tudo? Tipo, nossos futuros filhos, nosso futuro...Nosso casamento? ― ela falou corando.
― Sim... ― respondi.  ― Mas acho, que você não mudaria o futuro das coisas, sabendo disso, mudaria?
― Apenas por ter me visto no futuro? ― questionou ela. ― Nãos.. Com certeza eu não mudaria tudo. Isso, essa ideia de ficar com você uma vida inteira, me enche de alegria.

Então sorrindo, Mizuki fechou os olhos, me deu um beijo carinhoso em minha testa, acomodou-se em meus ombros, e adormeceu.



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