23
de fevereiro de 2017 - Quinta-feira
― Bom dia! ― disse a Murotan, me acordando com
um beijo. ― Sua mãe disse pra você ficar em casa, pelo menos agora pela manhã.
― já passava das 8hs da manhã.
― É, eu sei ... ― lamentei. ― Então podemos
aproveitar e namorar um pouco. ― falei tratando me animar e animar minha
namorada.
Ficamos deitadas na cama, durante toda manhã.
Como eu e meu irmão eramos geniais, minha mãe acabava por não se preocupar
tanto com nossos estudos, então Yuri também havia ficado em casa, ajudando
minha mãe nos deveres de casa. Ela sempre deixava pra se preocupar apenas com
nossa saúde, então, sempre que ficávamos debilitados ou doentes, ela preferia
nos deixar em casa para descansar.
Depois
de um tempo, conversando sobre nós, acabei dando um cochilo, pouco antes da
hora do meu almoço. Mizuki então me acordou para almoçar umas 11hs30min, saia de
casa às 13hs e 30min. Levantei e fui com ela para a cozinha, e Mizuki
seguiu-me:
― Você vai almoçar aqui também, Murota-san? ―
questionou Yuri, que passara a manhã ajudando mamãe nas tarefas de casa.
― Sim, vou.
― Então, pode ficar à vontade e se servir. ―
falou ele apontando para o fogão. ― Afinal, você já é de casa.
― Obrigada.
Mamãe entrou logo que nos servimos e sentamos
para comer:
― Você melhorou, meu amor? ― perguntou ela,
dando um beijo em minha testa.
― Estou, mãe.
― E vocês vinheram almoçar e nem me
chamaram... ― falou brincando. ― Você sabe que eu gosto de almoçar com vocês...
― Gomen, Aya-san. ― respondeu Mizuki.
― Hahahaha! ― minha mãe sorriu, abraçando
Mizuki pela cabeça. ― E você também, Yuri... ― disse ela, ao ver que meu irmão
também estava com o prato pronto para comer.
― Sirva-se, mãe. ― disse Yuri, pegndo o prato
no escorredor e dando a mamãe.
― Obrigada, meu amor.
Ela colocou a comida no prato, e sentou-se na
ponta da mesa, entre mim e Yuri. Ela tinha o aspecto de cansada, e parecia não
ter pregado os olhos a noite inteira. Talvez por isso ela tinha deixado o Yuri
ficar em casa para ajudá-la. Fora isso, ela parecia ter chorado muito, tipo, a
noite inteira:
― Você conseguiu dormir bem? ― questionou ela,
virando-se para mim.
― Sim, mãe, obrigada por perguntar.
― E você? ― disse ela virando para a Murotan.
― Estou bem. ― respondeu a Mizuki, que se
arrumou na cadeira, e falou. ― Eu posso ficar um tempo aqui?
― Hum...
― Apenas pelo resto da semana... ― começou
ela, implorando. ― Até ela melhorar... ― ela viu a expressãoda minha mãe. ― Por
favor...
― Foi ideia sua, não foi? ― questionou ela
para mim.
― Nã... Não... Mãe... ― disse gaguejando.
― Não foi não, Aya-san. ― disse Mizuki. ― Eu
que quero ficar com sua filha, eu gosto da presença dela.
― Você sabe que ficar muito tempo em seu
futuro, pode te prejudicar, não sabe?
― Sei, mas... Mas eu quero... ― disse ela,
implorando novamente. ― Eu quero sua filha... Eu quero ficar com ela... ―
choramingou a Murotan. ― Por favor...
― Ok, ok... ― concordou minha mãe um pouco
contrariada. ― Mas cuide-se para não esbarrar em si mesma.
― Tá.
― Apesar, que, eu acho um pouco difícil disso
acontecer. ― comentei. ― Já que você daqui, de 2033, mal aparece pra a gente.
― Mas não esqueça que ela gosta muito de você.
― alertou minha mãe. E ela sempre faz questão de encotrar você, quando vem pra
2033.
― É, eu sei.
― Pera... Quer dizer que eu gosto de todas as
suas versões?
― Aparentemente, sim. ― respondi. ― Você
sempre vem aqui e passa horas conversando comigo. Pra relembrar como eu sou, eu
acho.
― Porque eu sempre estou com sua versão
futura...
― Sim.
― Eu não posso nem saber como eu vou ficar?
― Hum... ― olhei para a minha mãe, que com
desdém, olhou pra cima.
― Isso vocês resolvem com o Taillor.
― Ok! ― respondemos em uníssono.
Terminamos o almoço, e eu ainda tinha alguns
minutos pra a hora do trabalho, então aproveitei e liguei para o Taillor.
― Oi, primo.
― Oi prima, fala. ― disse ele do outro lado.
― Você pode falar?
― Posso. Diga.
― Eu queria tirar uma dúvida com você.
― Diga lá.
― Você sabe que eu, assim como você, arrumei
de encontrar e me apaixonar pela Murotan do passado, não é?
― Sim. Ayala me alertou que isso iria
acontecer.
― Então... Eu sei que ela não pode se
encontrar nessa realidade. Mas ela pode ver registros dela? Como fotos, vídeos?
― Então, priminha... Ela até pode se ver no
futuro, mas isso pode acarretar mudanças no mesmo. Desde só a aparência dela
mudar, como todo o seu futuro com ela ser diferente.
― Hum...
― Mas sabendo disso, pode fazer o que você
quizer.
― Então eu acho que vou ligar para a Ayala.
― Faz isso, pelo menos você limpa sua mente.
― É... Tchau, primo.
― Tchau prima, até mais.
― Até!
Desligamos os telefones. Disquei o número da
Ayala, ela sempre estava pronta para dar conselhos para quem quisesse ouvir:
― Ayala? ― disse eu quando ela atendeu.
― Oi, maninha. Diga lá. O que você precisa?
― Quero tirar umas dúvida com você.
― Diga.
― Estás com tempo?
― Sim, pode falar.
Expliquei tudo para a Ayala. Ela era
descendente do Oráculo, um ser capaz de ver e sentir passado, presente e
futuro, então sempre que nós voltávamos ao passado, pedíamos uma reunião com
ela, para saber o que poderíamos ou não fazer. Ela me explicou, dizendo todas
as desambiguações possíveis do meu futuro e do futuro da Murota-chan. Depois de
alugns minutos, conversando, eu agradeci e desliguei o telefone.
― Obrigada, mana.
― De nada, maninha. ― disse ela do outro lado
da linha. ― Até mais tarde.
Disse a Murotan que depois explicaria com
detalhes, o que poderíamos ou não fazer, mas eu precisaria sair naquela hora.
― Ok! ― concordou ela.
Fui buscar Yuri, ele estava me esperando:
― Eu achei que você fosse ficar com a sua
namorada.
― Eu tenho uns assuntos pra resolver com ela,
quando eu chegar.
― Então, vamos?
― Vamos. ― assenti.
Pulamos juntos, como sempre fazíamos, para
chegar perto das nuvens, e sair voando para o trabalho.
Quando anoiteceu, que eu cheguei em casa, a
Murota havia me esperado no sofá de casa, conversando com minha mãe sobre como
ela havia agido depois de me conhecer, e minha mãe não poupava detalhes.
― Oi, Mu... ― disse cumprimentando minha
namorada com um beijo em sua testa. ― Oi, mãe.
― Oi, meu amor. Como foi seu dia de trabalho?
― Normal. ― respondi. ― O mesmo de sempre.
Sobre o que vocês duas estavam falando?
― Sobre nós duas. ― respondeu a Murota.
― Hum...
― Por que a pergunta? ― questionou curiosa,
minha mãe.
― Nada. Vamos, eu tenho umas coisas para falar
pra você. ― falei para a Murota, puxando-a pelo braço. ― Tchau, mãe.
Fomos ao meu quarto, e logo que entramos, eu
deitei ao lado da Mizuki, que me puxou para a cama. Começamos a namorar, e eu
comecei a explicar a ela, o que Ayala havia me alertado. Ela tinha falado que a
Murota-chan poderia ver como ela estava, (em 2033), mas que isso com certeza
iria ter consequências. Então ela me falou todas elas: Eu ter uma briga feia
com a Mizuki, e nós nos separarmos; Não termos os nosso filhos; Morrermos no
parto; dentre outros. Ela disse que tentaria arcar com as consequências do seu
ato. Então eu levantei-me, e fui pegar alguns itens em um baú. Peguei um bolo
de fotografias, e deitei ao lado dela:
― Então, vamos começar por quais você ainda
não viu.
― Ok... Eu não vi a Moe-chan, a Kasahara, a Musubu
e a Ayano-chan.
― Então... ― falei pegando as fotos. ― Essa, é
a minha mãe, que você já viu. ―falei dando a foto a ela. ― E essa, ao lado
dela, é a minha madrinha...
― Essa é a Kanon-san???
― Sim, é...
― Ela que passou na 'seleção' da sua mãe?
― Sim... Mas não conta a ninguém...
― Ok...
― Essa ― disse eu pegando outra foto. ― é a
Moe-san, junto com a Sakaki.
― Elas ainda estão nesse lenga-lenga?
― Estão... (😒)
Você acredita? ― respondi.
― Pior que sim...
― Mas
vai ter um tempo em que isso vai mudar um pouco... Mas por enquanto, deixa
quieto... ― disse eu e pude ver uma ponta de esperança no rosto da minha
namorada. Essas são a Kasahara, a Musubu e a Ayano... ― falei apontando para
cada uma das garotas da foto.
― Nossa, elas estão muito diferentes... ―
disse ela ao olhar a fotografia.
― Sim, estão. E andam tão maduras quanto na
foto.
Continuei mostrando algumas das fotos do
Angerme em meu tempo (2033). Depois de um tempo, eu cheguei em uma sequência de
imagens que tinha uma mulher, bastante alta e com o corpo delicado e sinuoso,
ela tinha óculos escuros no rosto, cobrindo seus olhos por completo, e longos
cabelos negros, que batiam na altura de seu bumbum. A outra mulher, logo ao
lado dela, a abraçava de um jeito carinhoso, pedurando-se em seu pescoço, e
ainda assim, mantinha os pés um pouco acima do chão. Ela tinha cabelos longos e
castanhos claros, quase da cor de seus olhos. Ela tinha um sorriso bastante
bonito. Na sequência, a que abraçava, que estava atrás da outra, subia as
pernas até ser abraçada por completo pela da frente. Elas pareciam bem felizes
juntas.
― Essa...sou eu? ― questionou Mizuki apontando
para a mulher de cabelos castanhos.
― Sim é... ― respondi.
― Com 36 anos?
― Sim!
― E essa é você, certo? ー disse, apontando para uma versão mais
velha minha.
― Sim, sou.
― E isso... ― disse ela, ao apontar o dedo
para a sua mão esquerda, na foto. ― É uma aliança?
― Sim. ― respondi. ― Nessa época, já estamos
casadas, e temos sua filha. ― disse, pegando uma outra foto do baú, e mostrando
a Murotan, de 2033, com uma barriga gigante e a mão pousada nela.
― Fi...Filha? ー disse Murotan olhando para mim. Logo
depois de soltar um olhar meio incrédula, ela pegou a foto que edtava em minhas
mãos ー Ei... Eu estou...
― Grávida! ― respondi. ー Sim, está
― Oh, meu...
Expliquei toda a nossa história, que ela mesma
(de 2033) tinha me contado, quando eu era pequena, e ela olhou para mim:
ー
Você me contava, que em 2017 uma pessoa chegou em sua vida e mudou tudo. Deixou
tudo de cabeça pra baixo. Mudança essa que você me conta, ter amado.
― E eu saber disso, agora, pode mudar tudo?
Tipo, nossos futuros filhos, nosso futuro...Nosso casamento? ― ela falou
corando.
― Sim... ― respondi. ― Mas acho, que você não mudaria o futuro das
coisas, sabendo disso, mudaria?
― Apenas por ter me visto no futuro? ―
questionou ela. ― Nãos.. Com certeza eu não mudaria tudo. Isso, essa ideia de
ficar com você uma vida inteira, me enche de alegria.
Então sorrindo, Mizuki fechou os olhos, me deu
um beijo carinhoso em minha testa, acomodou-se em meus ombros, e adormeceu.
◁◁◁◁◁◀•✦•★•✦•▶▷▷▷▷▷
Nenhum comentário:
Postar um comentário