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Eu sou eu, oras... Mas sendo especifica, ta ai uma musika que me define... "Eu gosto do meu quarto Do meu desarrumado Ninguém sabe mexer na minha confusão É o meu ponto de vista Não aceito turistas Meu mundo ta fechado pra visitação...Eu vejo o filme em pausas Eu imagino casas Depois eu já nem lembro do que eu desenhei...Coisas que eu sei São coisas que antes eu somente não sabia...Agora eu sei...!" precisa de mais? Lê ai:

24 de setembro de 2017

Ei, deixa eu namorar você? - Cap. 02

21 de fevereiro de 2017 ― terça-feira



No dia seguinte, voltando para minha rotina, meu pai acordou-me com um beijo doce na testa:

― Você dormiu de novo na sua mãe... ― comentou ele sorrindo. ― Aconteceu alguma coisa?
― Não, pai... ― respondi, ainda com sono e num tom mais baixo, para minha mãe, que ainda adormecia, não ouvir. ― Agora está tudo bem.

Levantei-me e corri para o banheiro, me trocar para ir para a escola. Notei que o Yuri não estava em casa, provavelmente estava na casa do Samuca, então teria que acobertá-lo novamente. O pai perguntou-me se eu havia visto ele:

― Não pai... ― respondi. ― Mas ele me mandou uma mensagem que iria mais cedo hoje.

O pai concordou, meio sem acreditar, mas logo entendeu que Yuri não tinha dormido em casa. Ele sempre se resolvia com a mãe, quando coisas assim aconteciam. Sai correndo para chegar à escola e encontrar Yuri, falando para ele mandar uma mensagem para a mãe, pois esta, certamente o mataria quando chegasse em casa.
No fim da tarde, logo que cheguei do trabalho, novamente voltei ao passado e fiz vigília na porta do quarto dos meus pais (em 2017), espreitar a conversa, e novamente, a Mizuki-san chegou à porta do quarto, seguida pelas outras garotas membro do grupo, e me se eu iria entrar, pois ela queria falar comigo. 
               
Novamente, esperamos todas as garotas entrarem, para irmos para o quarto dela, que era logo ao lado:

― Você ficou com raiva pelo que eu fiz? ― questionou ela com um tom de culpada.
― Não… É que eu fico bastante incomodada com alguém pegando nos meus seios.
― Ah... ― disse sem graça, mas aliviada. ― Então desculpe...
― Não… Relaxa… ― disse sem graça. ― Eu agi mal… E fiz você pensar que eu não tinha gostado. ― eu baixei a cabeça, ainda mais sem graça. ― Entretanto, eu amei o seu beijo. falei, e no mesmo momento, ela ficou vermelha. ― Você tem os lábios tão... Macios...

Murota-chan ficou ainda mais vermelha e sem graça. Eu então, no impulso, a beijei. Como havia sido impulsivo, ela acabou se afastando de mim. Então comecei a tocar o rosto dela, de uma forma mais carinhosa, fazendo carinhos e beijando-a novamente logo em seguida. Queria ficar naquele momento para sempre. Contudo, depois de um bom tempo fazendo isso, ela afastou-se de mim, aparentando querer bater um papo.
Acabamos conversando mais um pouco e ela, ainda sem graça, respirou fundo, e o sussurro em meu ouvido, disse:

― Ei, deixa eu namorar você?

Meu coração começou a disparar de uma forma que achei que iria pular pela minha garganta.
Em reação, eu apenas fiz que sim, com a cabeça, baixando-a logo em seguida. Mas depois de um tempo, absorvendo o pedido, eu comentei:

― Ok, mas… ― respirei profundamente. ― Você tem certeza?
― Eu não sei o que aconteceu comigo ontem... ― ela respirou fundo, arrumando coragem. ― Mas eu senti que eu queria muuuito você. ― comentou, sem graça. ― Eu não sei se eu sou… Bem, você sabe… ― ela parecia realmente incomodada com a ideia.  ― Mas eu queria muito, muito mesmo, ficar com você.

A Murota parecia muito convencida do que estava falando. Ela parecia esta mesmo "a fim" de mim. Então, eu apenas consenti, beijando-a de uma forma mais romântica e até mais demorada. Eu quis passear um pouco dentro da boca dela, e o fiz. Ela, perdendo a vergonha, acabou fazendo o mesmo, e senti sua língua deslizar no céu da minha boca, suavemente. Parecia que ela não queria me deixar escapar. Depois de um tempo trocando fluidos labiais, uma das amigas dela, que dormiam naquele quarto, a Kanna acabou entrando no mesmo, sem anuncio e ficou estática com a cena que ela vira.

― Mi…Mizu…Ki…chan… ― murmurou quase que de forma inaudível. ― Nani-o? (o que…)...
― Eu… Eto (é…)… ― Mizuki-chan apenas baixou a cabeça sem reação.

Eu me levantei, e logo fui para perto da Kanna, que ainda estava na porta, até segurando para ninguém entrar, tentar explicar o que estava acontecendo. Depois de um tempo de explicação, a Kanna entendeu o ocorrido, e me prometeu sigilo. Contudo, quando ela sentou ao lado da Mizuki para entender dela o que estava acontecendo, ela "deixou" Rina-chan, o 3º membro que dormia naquele quarto, entrar.
A mesma ouviu apenas uma parte da conversa, e ficou sem entender nada, mas manteve uma cara bastante assustada. Fiz sinal para ela esperar, e a mesma assentiu, sentando-se na cama que ficava ao lado de onde a Murota dormia.  Fui para a porta do quarto, espreitei o quarto do meu pai e o da minha mãe, e chequei para ver se não tinha ninguém lá. Depois de checado, entrei no quarto, e me certifiquei que a porta estaria segura. Solicitei sigilo absoluto da Rina-chan, e aproveitei e reforcei com a Kanna. Depois que eu terminei, a Rina ficou uma mistura de surpresa e felicidade pela Murota:

― Então, vocês estão namorando? ― olhei para a Mizuki, e ela assentiu. ― Que ótimo!! ― Rina-chan abriu um sorriso de felicidade.
Kanna, ainda incrédula, apenas achou estranho, mas, ainda assim, ficou feliz pela clara felicidade da amiga:
― Mas…Você não é gay? É?
Mizuki achou a pergunta engraçada, pois se ela gostava de mim, significava que ela era gay?
― Não… ― disse Murota sorrindo. ― Eu acho que não. ― completou com um pouco de medo estampado na voz. ― Mas eu... Gosto de estar em companhia da Mayuki. ― ela comentou, apontando para mim.
Kanna sorriu até um pouco aliviada, o que fez a Murota sorrir:
― Tudo bem então... ― disse ela olhando pra Rina, que concordou. ― Se você está bem com isso, nós também estamos.
― Si... Sim! ― concordou Rina.
As garotas aproveitaram o cair da noite para dar um cochilo. Enquanto eu e a Murota, fomos ao futuro. Eu disse a ela que eu a levaria na minha casa, mas tive que contar que eu, na verdade, vinha do futuro. De inicio, ela não acreditou, mas quando chegamos na minha casa, ela entendeu tudo. Como eu tinha as chaves, como eu conhecia tão bem a casa. Eu morava lá.

Perguntei se a Murota não queria ficar, e ela aproveitaria e conheceria meus pais.
Ela disse que sim, então sorriu. Eu disse a ela, que a presença dela era especial, e que eu queria por um motivo especial, que ela estivesse lá. Murota encontrou meu irmão no corredor. Logo de cara, ela olhou pra mim, em seguida pra ele, e repitiu isso mais umas 3 vezes:

― Vocês são gêmeos...?
― Não… Somos peixes... ― disse o Yuri sorrindo.
― Não… É sério…
― É sério… ― disse brincando.
― Sim, somos... ― comentei dando um tapinha na cabeça dele.
― Ela já te disse que hoje é nosso aniversário…?
― Não… ― comentou olhando pra mim, que apenas deu de ombros.
― Pois é… Somos Peixes! ― disse ele sorrindo e saindo para a cozinha.

De lá, eu pude ouvir a voz da Mãe e do Pai, pra variar, discutindo, sobre como deveria ser, ou não, a nossa festa. Logo que ouviu a voz familiar, a Murota me questionou:

― É a Aya-san? Eu quero vê-la... ― eu imediatamente puxei-a pelo braço, impedindo ela de seguir.
― Eu sinto muito… ― disse com a cabeça baixa. ― Você ainda não pode vê-la.
― Mas é ela, certo?
― Sim, é... Mas depois eu te explico... ― disse respirando fundo. ― Ou melhor, você vai entender em breve.

Depois de ter ficado um pouco triste como o fato, Murota soltou um: "Ainda?", então saímos para meu quarto, um tanto escondidas.
Minha mãe, sempre muito perceptiva, soltou um:

― Mayuki, é você?
Então eu respondi:
― Sou sim, fala…
― Vem aqui um minuto? ― eu nem tinha fechado a porta do quarto ainda, quando, quando a Mizuki fez menção de sair. ― Já vou...

Respondi, me virando para a Mizuki:

― É sério… Desculpa, mas agora não dá pra você encontrar com ela. Eu tenho que explicar... Daqui a pouco, eu volto, então por favor, não saia daqui.

Ainda com um pouco de raiva, ela consentiu, então sai do quarto, direto para a cozinha, saber o que minha mãe queria.

― Oi, mãe… ― disse revirando os olhos.
― Ei, não revire os olhos para mim…
― Desculpa...
― Hump... ― disse ela virando-se pra mim. ― Onde a Srtª. estava?
― Poxa, mãe. Eu só saí um pouco quando sai do trabalho, com a Erika e a Ayala.

Mamãe sempre viu as duas como: "minhas amigas mais responsáveis", apesar de serem minhas irmãs mais velhas, então me deixava sair com elas sem problemas.

― Alias... Você vive perguntando onde que tá a Mizuki-san…
― Hum… ― comentou ela com indiferença.
― Eu posso chamá-la pra festa...?
― Você conseguiu falar com ela?
― Posso ou não?!?
― Tá bom…! ― resmungou ela. ― Olha… Você gosta mais do vermelho ou do azul?
― Azul! Por quê? ― questionei curiosa, mas ela não respondeu, e virou-se para meu pai.
― Então tá! Azul pra ela, vermelho pra ele.

Então meu pai deu um “ok”, e dispensou-me e junto com o Yuri, que ainda estava na cozinha, roubando docinhos.

― Yuri!!! ― gritou ela.
Eu, arrastada por Yuri, saímos gargalhando.
― Valeu pelo toque hoje de manhã... ― comentou Yuri.
― Relaxa...
― Maninha… ― disse Kiseki, meu irmão mais novo.
― Oi, Kiseki.
― Quem é aquela garota no seu quarto? ― questionou curioso. ― É amiga sua?
― Sim, é a Murota-chan…
― A Murota-chan? ― disse confuso. ― Ela não era mais velha?
― Kkkkkkk… Sim… Mas não conta pra mãe...
― OK! ― concordou ele.
― Shiii... ― começou Yuri, puxando a atenção para ele. ― Ela é do passado... ― comentou Yuri num sussurro, o que fez Kiseki ficar com os olhos arregalados.
― Wow...!!! ― disse ele surpreso. ― E como é lá, Yuri?

Os dois saíram conversando, e eu aproveitei para entrar no quarto.
Logo que entrei pulei na Mizuki, que me abraçou, enquanto assistia TV quase dormindo. Beijei-a e deitei-me ao lado dela.

― E ai?
― Então… Como o Yuri disse, hoje é nosso aniversário... E daqui a pouco vai começar a festa. ― comecei, em um tom de suspense.
― Então perguntei se eu poderia chamar você, ela disse que tudo bem... ― disse sorrindo.

Ela estranhou um pouco o fato de eu precisar perguntar a Aya se ela poderia ou não vir à festa, mas não falou nada.

― Você especificou pra ela o ano? Tipo, falou que eu viria do passado...?
― CLARO QUE NÃO… Você é doida? ― ela fez cara de medo. ― Eu não posso falar ainda. Afinal, você não conhece ela?
― Conheço… E como…
― Então… Do jeito que ela é iria, não, VAI me matar quando descobrir…

Quando deu 8hs da noite, e minha mãe começou a gritar para mim e pro Yuri irmos lá fora, falar com o pessoal que já tinha chegado para a festa. Como de costume, todas as amigas da minha mãe estavam lá, exceto pela Sakitty (que depois que se descobriu com magia, seguia sempre em treinamento) e a Murota (a da minha época, sempre estava escondida ou sumida pelo mundo, agora eu tinha uma suspeita do por que...).
Logo, eu e Yuri fomos pra frente de casa. Falamos com Sakaki, Yuuka, Moe, Akari, e todas as outras que chegavam à medida que se passava o tempo. Minha mãe então se virou para mim:

― Você não disse que chamaria a Murota?
― Sim… ― Kanna fez menção de falar "como", mas eu a impedi. ―… Mas ela me mandou uma mensagem avisando que só iria chegar na hora do parabéns.
― Ah, tá...

Conversamos durante uns 20 ou 30 minutos, até que a Mizuki (de 2017), que estava deitada em minha cama, me mandou uma mensagem com os dizeres: "Estou com fome, quando começa?".

Avisei a minha mãe que logo entrou junto com meu pai, para arrumar as coisas e o bolo. Eu avisei as meninas, para não estranharem, e convenci elas a fazer surpresa pra meus pais. Comentei com as que não sabiam, que eu namorava a Mizuki, e elas logo quiseram fazer protestos com isso, e algumas, como a Kanna e a Rina, que já sabiam da história, me ajudaram a explicar tudo.

Murota surgiu escondida do corredor, e logo as garotas comentaram que ela estava diferente e radiante. Com a cabeça baixa por causa dos comentários, Mizuki ficou envergonhada e curiosa pelas garotas, afinal, todas elas estavam diferentes do que a Mizuki conhecia (em 2017). Depois de um tempo esclarecendo as coisas, minha mãe entrou na sala, cantando:

Parabéns pra você… ― começou, e logo fora acompanhado de todos presentes na sala. ― Nessa data querida… Muitas felicidades…~ Muitos anos de vida…~ disse ela, com o bolo nas mãos, colocando-o em cima da mesa.

Logo que vi o bolo, entendi o porquê da pergunta dela e do pai: Dois bonecos, uma menina de azul, e um menino de vermelho; estampados em cima do bolo. Eu e Yuri nos entreolhamos e nós soprarmos as velas juntos.

De repente, notando a “coisa estranha” presente na sala, minha mãe olhou subitamente para mim:

― MAYUKI WADA... ― meu coração gelou. ― O que significa isso?! ― disse ela, fazendo menção a Mizuki.
― Então… Mãe… ― disse eu querendo me esconder. ― Essa é a Mizuki, ué… (xD)
Depois que eu pronunciei a palavra “mãe”, me referindo a Aya, a Mizuki entendeu.
― Mayuki… ― disse ela bufando. ― Porque?
― Porque… Porque… ― comentei tentando achar explicações válidas para a presença da Murota (de 2017) ali. ― Então… Eu…
Gosto… Dela… ― vi minha mãe querer desmaiar, quando eu terminei a frase. ― Mãe… Desculpa… Eu … Sou… Gay... (u.u).
― Mas… Você não namorava um menino…?
― Então… Mas eu não gosto de ser submissa, mãe… Fora que… ― baixei novamente a cabeça, como se aquilo fosse me ajudar de alguma forma a me acalmar e dar-me coragem. ― A ideia de ter um garoto, ainda mais como ele, me agarrando de novo, e a ideia de… Bem você sabe… Me incomodam... Me perdoa…
― Eu…

Minha mãe parecia mais chocada com a revelação do que com a Murota ali, que sem graça, apenas sorria, e parecia que ela iria chorar e/ou desmaiar:

― Mayo…
Ela correu, me abraçou, e desabou em lágrimas:
― Eu entendo… E está tudo bem… Se você estiver feliz, eu estou feliz.
Disse ela sorrindo.

Todos ficaram surpresos e calados, mas depois do meu desabafo, meu pai chegou próximo a mim, e me abraço, junto a minha mãe. Então, enfim, todos ali presentes, acabaram ficando aliviados. Depois de todos comerem e beberem, as garotas, amigas da minha mãe foram indo embora pouco a pouco, então depois de um tempo fomos todos dormir.
Como a Murota não tinha como voltar, pois estava tarde, minha mãe foi "obrigada" a deixá-la dormir em casa, e como o quarto do Yuri estava ocupado, pois o Yuri já namorava há um tempo com o Samuca, e o da Mirai e do Kiseki tinha apenas as camas dos dois, ela acabou deixando a amiga dormir em meu quarto.

― Agora acho que já sabemos onde você se esconde, não é Mizuki? ― comentou minha mãe.

Sem entender nada a Mizuki olhou para mim, confusa:
― Então... É que você de 2033, que é esse ano que estamos agora, vive sumida, escondida. ― comentei. ― E quando tentamos contato com você, você/ela, apenas não responde. Minha mãe disse que isso já acontece já há algum tempo, desde que vocês eram da Hello!Project.
― E não somos mais?
― Não! Claro que não...
― Que?
― Ei, calma... Aqui você tem 33 anos. Vocês saíram não tem muito tempo.
― Aaaah...
― Pois é... ― disse sorrindo. ― Então... A mãe diz que você quase sempre sumia. E quando aparecia era nos ensaios, shows e gravações. Fora das câmeras, você sumia.
― Por que?
― Provavelmente, você estava em seu futuro...
― Ah...
― Comigo...
― ? ― ela pareceu confusa. ― E como você sabe disso?
― Você me disse que um dia, uma pessoa chegou em você, e desde então vocês não se separam.
― Você?!?
― É. ― ela sorriu. ― Agora que você já sabe seu próprio segredo, podemos namorar?
― Defina namorar...
― Apenas me deixa...

Eu comecei a beijá-la. E ela retribuindo, me abraçou. Depois da festa, quando todos os convidados se despediram, eu e Mizuki seguimos para meu quarto. Como não poderia deixar de ser, minha mãe acabou pegando no meu pé, insistindo para levar a Mizuki para casa (2017).

― Mãe… Já passa das 11horas da noite… ― argumentei. ― Deixa ela ficar aqui, só por essa noite…(😊)
― Tá…(😒) ― disse bufando. ― Mas amanhã pela manhã, você leva ela de volta.
― OK!  falei arrastando a Murota para meu quarto.


por: Mayuki (Mayo) Wada


Work in progress

8 de setembro de 2017

Ei, deixa eu namorar você? - Cap. 01

20 de fevereiro de 2017 ― segunda-feira


Era véspera do meu aniversário, e eu chamei o Taillor, para conversar e saber se eu poderia voltar no tempo para conhecer meus pais antes de nascer. Meu propósito era voltar antes mesmo de saber que eles ficariam juntos, pois sempre ouvi de todo mundo, que eles discutiam demais, especialmente no passado, então eu queria saber se não era apenas inveja das ex do meu pai. O Hiro, meu meio-irmão mais velho, tinha avisado que ele era criança quando meus pais começaram a namorar, mas ele sempre via minha mãe, antes disso, como uma grande “vilã”, pois meu pai vivia discutindo com ela.
Depois de conversar com meu irmão, que também queria ir, o Taillor chamou a gente e começou as explicações, do que poderíamos ou não fazer durante a visita, e tive a ideia de ficar na porta do quarto do meu pai, na época. Fiquei lá, e quando minha mãe entrou no quarto, armei na porta do quarto. Eu estava espreitando uma conversa/discursão dos meus pais, quando eles ainda não namoravam.

Chegamos ao ano de 2017 no mesmo dia e mês em que estávamos, em fevereiro, já que estava próximo ao nosso aniversário.

Chegamos ao local onde meu pai morava na época. A casa onde ele morava, era bem parecida com que nós morávamos. Apenas que o quarto onde meu pai dormia, era agora meu quarto. O quarto onde algumas das amigas do meu pai dormiam, era o quarto do Mayuri, e o outro quarto de hóspedes, era agora o quarto da Mirai e do Kiseki, meus irmãos mais novos. Sabendo que naquela época meu pai ainda estaria com a Ha-chan, eu me armei na porta do quarto, pois nessa época, eu sabia que meu pai era "incomodado" pela minha mãe, pelo menos, segundo a versão dela.
Fiquei um tempo espreitando e parada na porta, e foi quando eu me preparei para entrar, quando a Murota chegou em mim, e me perguntou porque eu estava parada ali, ouvindo atrás da porta. Eu sem graça pulei para trás, saindo do caminho dela, e das outras que se preparavam para entrar no quarto.
Entretanto, a Murota não entrou no quarto, e com curiosidade, ficou na porta do quarto, ao meu lado, olhando para mim. Depois que todas entraram, ela virou e olhou pra mim e perguntou:
― Ei, você não vai entrar não?
― Nã… Não… ― disse gaguejando.
― Então, vem cá… ― disse ela me arrastando pelo braço.

Fomos ao quarto ao lado, onde ela e mais 2 garotas do grupo dela, dormiam. Acabamos conversamos durante algum tempo, e depois de alguns minutos de conversa, senti que parecia que já nos conhecíamos há muitos anos. Ela conseguia entender meu lado, quando comecei a falar da minha mãe e do meu pai. Foi então que ela fez menção para falar, e me interrompeu:

― Como é seu nome, mesmo? ― questionou ela, curiosa.
― Mayuki ― respondi, ainda meio sem graça.
― Estou conversando com você há horas, e agora que lembrei que eu não tinha perguntado a você seu nome... Hehehe! ― disse ela meio sem graça. ― Prazer em conhecê-la, Mayuki.
― Mayo...
― Mayo... ― sorriu ela. ― Alias você me parece muito familiar... ― comentou ela sorrindo.
Eu apenas sorri, um pouco sem graça. Achei o sorriso dela lindo, e me encantou de cara. Fiquei sem graça quando percebi que ela percebeu isso, e acabou sorrindo novamente.

Conversamos mais um pouco, e então, subitamente, e sem eu esperar, a Murota apenas chegou mais perto de mim, e me beijou.

Por aquilo, eu realmente não esperava. Ela era amiga de muitos anos da minha mãe, e eu sempre a vi tão feminina. Será que ela era gay, ou só foi uma coisa instintiva, calor do momento?
Logo em seguida, ainda meio sem graça por ter agido pelo instinto, Murota pulou pra trás, pedindo-me desculpas. Então eu, prontamente, apoiei minhas mãos nas coxas finas dela, e a beijei. E ela, por sua vez, retribuiu. Os lábios dela eram tão macios, que enquanto eu passeava a língua dentro da boca dela, pude sentir a vontade que isso infligia nela. Depois de um tempo trocando fluidos e saliva, mergulhada no beijo dela, eu comecei a sentir uma espécie de comichão, como cócegas por todo meu corpo, uma coisa que, por sinal, eu nunca havia sentido pelo meu ex-namorado.
Ela era claramente bem inexperiente naquilo, mas logo correu as mãos para os meus seios. Eu, entretanto, as tirei. Eu entendi na hora, que aquilo era o instinto da Mizuki, agindo antes de pensar. E não que eu não desejasse aquilo, mas naquele momento, não era o momento certo, afinal eu queria que fosse diferente, queria que fosse com alguém que eu já tinha alguma relação, não com alguém que eu acabara de conhecer.
Eu sempre fiquei incomodada com pessoas tocando em meus seios, especialmente por conta do meu ex-namorado, que sempre acabava agindo feito um babaca tarado, então acabei saindo, correndo, do quarto.
Ela, por sua vez, correu logo atrás de mim, mas já era tarde de mais, e eu já estava no meu tempo (em 2033), dentro do meu quarto, com a cabeça afundada no travesseiro, chorando e me odiando por ter agido daquela forma.

Quando anoiteceu, Yuri chegou em meu quarto, me perguntando porque eu tinha partido tão cedo de volta para 2033. Respondi a ele que algumas coisas aconteceram, e achei meio estranho. Ele, por sua vez, como sempre, tentando me alegrar, apenas falou:
― Pense pelo lado bom, amanhã é nosso aniversário. ― disse ele sorrindo. ― E o pai e a mãe parecem estar animados com isso.
― Estão animados, pois estão trabalhando juntos...
― Pois é, depois de tanto tempo... Deveríamos estar felizes, certo?
― Sim... ― eu sorri em retribuição para ele. ― Obrigada, Yuri.
― Que é isso, maninha. Você sabe que eu não gosto de ninguém para baixo. ― ele falou me abraçando. ― Olha, eu e o Samuca vamos sair você não quer vir junto?
― Não mano, valeu. ― desculpei-me. ― Vai lá e se diverte por mim...
― Achei que você iria querer encontrar a sua paquera lá...
― Eu não estou mais na dela... ― disse sorrindo e me desculpando novamente.
― Ok... Tchau!!!
Ele, como sempre, saiu me dando um beijo na testa.

Depois de um tempo ouvindo música no meu silêncio, minha mãe bateu na porta:
― Mayo?
― Oi.
― Tá tudo bem? ― questionou preocupada. ― Te chamei pra jantar, você não respondeu.
― Desculpa mãe, eu não ouvi.
― Está tudo bem?
― Sim.
― Soube essa semana que você tinha terminado com seu namorado...
― É mãe... Ele foi um babaca... E eu tava cansada dele...
― Eu não gostava dele, você sabe, ne?
― Sei... Nem você nem o pai.
― É... Se quiser conversar...
― Não, mãe, valeu.
― Seu irmão saiu, você não quis ir com ele?
― Não... Não estou no clima...
― Ok... ― disse ela levantando-se e saindo do quarto.

A maior vantagem da minha mãe, é que ela sabia quando eu ou o Yuri não queríamos conversar. Ficávamos ásperos e ela quase sempre nos deixava sozinhos. Ela sempre sabia que hora ou outra íamos atrás dela pra conversar. Era só ela não insistir.
Levantei-me e fui jantar. Depois de comer, voltei pro meu quarto, completamente em silêncio. Mirai, correu, escondida, atrás de mim:
― Maninha?
― Oi, Mirai. ― respondi deitada na cama.
― Você tá bem?
― Estou sim. ― disse dando um abraço nela.
Mirai era minha irmãzinha de 6 anos. Assim como o Kiseki, que tinha 5, era do Yuri, a Mirai era mais próxima de mim. Ela entendia sempre quando eu estava de mau humor ou com raiva de algo. Entretanto, ao contrário de mim, ela mantinha-se sempre bastante arrumada e era bem disciplinada na escola.
― Você... ― ela fez menção para conversar comigo, mas logo percebeu que eu não estava tão a fim de conversa. ― Você viu aquele acessório novo que saiu?
― Vi sim...
― Você vai comprar?
― Talvez...
― Se você for comprar compra pra mim? ― assim como eu, ela amava tecnologia, e sempre queríamos algo novo, quando lançava, o que deixava mamãe irritada. ― Por favor...
― Tá...
― Queria poder te dar de presente... Amei o seu esse ano...
― Sabia que você ia gostar. ― sorri. ― Você detesta brinquedos convencionais.
― É... Pois é... ― sorriu sem graça.
― Então, se eu for comprar, compro e dou pra você de... Hum... Dia das crianças...
― Aaaah... Mayo... ― disse ela choramingando.
― Vai, agora deixa eu estudar, vai.
― Tá bom...
― Aliás, você também não tem que fazer o mesmo?
― Eu sei... Eu sei.
Ela saiu do meu quarto batendo pé.

Se tinha uma coisa que me distraia, eram meus estudos. Eu sempre acabava me perdendo neles. Estudos pra o colégio e para o trabalho. Comecei a bolar um plano para a nova plataforma de tecnologia que lançaríamos no próximo evento. Eu sempre acabava fazendo rabiscos e pregando-os nas paredes do meu quarto.

Depois de um tempo distraída nos meus planos, olhei a hora, 12h00min da noite. Sabia que meus pais estariam prontos para dormir.
Bati na porta do quarto, e minha mãe respondeu.
― Posso entrar?
― Sim.
― Cadê o pai?
― Dormindo.
Entrei. Minha mãe estava deitada, mexendo no celular, digitando algo, provavelmente no diário que ela mantinha desde os 14 anos.
― O que houve? ― começou ela, quando eu entrei.
Eu apenas fiz o que sempre fazia, quando me sentia mal: deitei em cima do corpo da minha mãe, e a abracei.
― Mayo... ― disse ela largando o celular na cômoda, e retribuindo o abraço. ― O que foi meu amor?
Eu apenas chorei. Acabei deixando toda a parte de cima do baby-doll da minha mãe encharcado. Ela sempre sabia. Sabia que quando eu estava mal, eu não falava nada. Sabia que quando eu tinha feito, ou achava que tinha feito alguma besteira, eu apenas deitava nela e chorava.
Então ela apenas me abraçou de volta.
Ela gostava da sensação de me abraçar. Ela sempre me dizia que isso a fazia ficar aliviada por ser minha mãe, quando eu a abraçava. Ela sempre me contava que teve medo os 9 meses da nossa gestação (minha e do Yuri), até que, no dia em que nós nascemos, e o médico nos colocou nos braços dela, eu a abracei, “tão forte que parecia que eu ia fugir”, dizia ela. Meu abraço acabava confortando-a tanto quanto a mim.
Acabei adormecendo ali mesmo.


por: Mayuki (Mayo) Wada

Work in progress