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de fevereiro de 2017 - sexta-feira
Logo pela manhã, fomos acordados: eu, Mirai e
Kiseki, com mamãe alertando para o aniversário do papai. Consequentemente,
acordando a Mizuki, que havia dormido comigo, e o Samuca que havia passado a
noite com Yuri. Acabamos então pulando da cama.
Mamãe sempre tentava fazer algo diferente para
o papai, no dia do aniversário dele, seja juntando todos os meus irmãos, seja
somente conosco, da família, juntos. Como papai era muito apegado à todos, e
acabava sempre funcionando, e como não poderia deixar de ser, ele sempre se
esforçava ao máxino para nos dar tudo de bom, então nós acabávamos nos
esforçando para fazer o mesmo. Especialmente em seus aniversários.
Por algum milagre, papai ainda dormia, naquela
manhã, talvez estivesse cansado de todo o trabalho que ele acabava por ter, e
finalmente ele teria um descanso, nesse feriado que se seguia. Mamãe que tinha
acordado junto a Yuri, e depois de nos acordar, tinha puxado o Samuel pra
ajudá-la na cozinha, e no café da manhã.
Era por volta das 5h30min da manhã, quando eu
arrumei forças pra me arrumar de verdade, pois mamãe tinha me feito pular da
cama, para arrumar o Kiseki e a Mirai.
Mamãe quase nunca acordava nesse horário,
especialmente na época que ela fazia shows, pois ela acabava por chegar em casa
nesse horário. Papai sempre insistia para ela continuar dançando e cantando
pois ele amava vê-la no palco, ele falava que fazendo isso, ela sempre parecia
muito mais feliz. Entretanto, ela quiz se dedicar-se apenas a nós, e acabou por
fazer o mesmo, dedicando-se depois, inclusive a ele.
Estava um cheiro delicioso, quando eu e
Murotan entramos na cozinha:
ー
Amor, você pode arrumar os pratos pra mim? ー disse ela apontando pra a mesa.
ー
Claro, mãe. ー respondi, pegando o prato de pão assado e
colocando na bandeja.
Fui para a geladeira, e peguei o queijo e o
requeijão, que meu pai amava, e coloquei, organizando tudo, nos cantos do outro
prato.
Mizuki olhou pra mim confusa, e perguntou:
ー
Qual a ocasião?
ー
Aniversário do meu pai. ー falei pegando a bandeja, com as comidas.
ー
Isso explica o nervosismo da Ayacho. ー disse ela.
ー
Ela sempre fica assim, nos aniversários do papai.
ー
Imaginei. ー sorriu Mizuki.
Ela acabou me ajudando ao pegar a outra
bandeja com o café e as xícaras, e me seguindo para o último quarto da casa,
que era dos meus pais. Quando passamos ao lado do banheiro da casa, percebi que
papai estava tomando banho.
Mamãe chamou minha atenção, e olhou pra mim,
pelo corredor.
ー
Ele está ai? ー perguntou em um sussurro.
Acenei confirmando, com a cabeça.
ー
Então leva as coisas pro quarto, eu vou chamar a Mirai e o Kiseki.
ー
Ok. ー
respondemos eu e Mizuki juntas.
Seguimos para o quarto, onde o Samuca tinha
arrumado a mesa de cama. Colocamos os itens nas bandejas em nossas mãos, e
depois na mesa. O Yuri entrou logo em seguida com a jarra de suco, e alguns
copos.
ー
O aniversário do pai de vocês, é sempre um evento?
ー
Sim. ー
sorriu Samuca, antes que algum de nós pudesse responder. ー É sempre um grande evento... Espera
até mais tarde. ー disse ele dando uma piscadela, e sorrindo
logo em seguida.
ー
Tudo pronto?
Mamãe entrou logo em seguida com meus
irmaozinhos, que ainda estavam com muito sono. Kiseki ainda esfregava os olhos,
quando entrou, mas Mirai, parecia ter saido de um filme. Apesar das olheiras,
de quem acabou de acordar, ela ainda se mantinha linda.
"Ela puxou a Aya" ー
disse a Murotan num sussurro em meu ouvido, se referindo a Mirai.
Papai entrou no quarto, ainda um pouco molhado
por causa do banho.
ー
Surpresa! ー gritamos todos em uníssono.
Mamãe,
que havia espreitado o tempo todo na porta do quarto, pulou nos braços do
papai, dando-lhe um beijo de aniversário. Logo depois, eu, Yuri, Mirai e
Kiseki, fomos abraçá-lo. Kiseki, como sempre, pulou nos braços do papai.
ー
Parabéns, pai. ー disse em um tom carinhoso.
ー
Obrigado, meu amor. ー sorriu papai, um pouco sem graça.
Mamãe
sabia que papai sempre se fazia de forte. Eu pude ver uma lágrima querer
escorrer do rosto dele. Não que ele estivesse emocionado com aquilo, mas porque
meu pai tinha medo. Ele sabia que o tempo, que ainda restava com a gente era
curto, então, quando a gente o fazia lembrar o quanto ele era importante,
sempre o deixava bem emocionado. Mamãe também sabia disso, e por esse motivo,
nunca deixava uma data especial passar em branco. Por isso, mamãe sempre fazia
de tudo, um grande evento.
Mamãe e papai se prepararam para sair para
almoçar, mas Yuri e eu recusamos: "vão juntos, os dois, como num
encontro." dissemos quando eles saíram. Mamãe levou Mirai e Kiseki pra
casa dos meus tios; Mirai para a casa do Jr., e Kiseki para a casa do tio Shimgu.
Fui para o quarto, pois ficamos sós na casa. Yuri se trancou com Samuca dentro
do quarto. E eu, com a Mizuki-san. Namoramos por um tempo, até chegar umas 14hs
da tarde, foi quando minha mãe me ligou:
ー
Mayuki?
ー
Oi, mãe.
ー
Eu e seu pai vamos passar a tarde fora, então estou te ligando pra avisar que a
gente só vai voltar no começo da noite.
ー
Ok, mãe. ー respondi desligando o telefone.
Mizuki virou-se para mim, me beijando.
ー
O que houve?
ー
Mamãe e papai vão passar a tarde fora, por isso eles deixaram Mirai e Kiseki na
casa dos meus tios, pois lá tem minha "vódastra", fica com eles, brincando com meus primos.
ー
Ah...Ta...
Ela sorriu. Me falou que estava com fome,
então saímos do quarto e fomos almoçar. Yuri e Samuca estavam abraçados perto
do fogão, enquanto meu irmão terminava de fazer a comida:
ー
Olha ai, Samuca, o Yuri já da pra casar... ー brinquei.
ー
E você acha que eu estou esperando a gente ficar de maior porque? ー
disse ele sorrindo.
ー
A sim... Não enrole meu irmão não...
ー
E você não enrole minha melhor cunhada. ー disse Samuca, sorrindo e piscando para a
Murotan, ela apenas sorriu, um pouco sem graça.
ー
É a única que você tem, bonito...
ー
É, eu sei, por isso eu estou te falando para não deixar ela. ー
ele deu uma piscadinha para Murota, que ficou sem graça.
Ficamos esperando na cozinha, jogando conversa
fora, e sentados na mesa. Samuca estava bebendo uma cerveja, junto a Yuri. Ele
me ofereceu.
ー
Não, valeu, Sam.. Hoje eu não estou a fim de beber.
ー
Então, como é namorar a minha cunhada, Murota-san? ー perguntou Samuca, puxando assunto.
ー
A... ー
Mizuki parecia confusa sobre como deveria responder. ー Então... Eu nunca namorei, mas está
sendo bom ... kkkk ー sorriu sem graça.
ー
Então, tá... ー brincou Samuca.
Ele distribui os pratos na mesa, colocando
copos com refrigerante ao lado dos pratos na minha frente e na frente da
Murotan. Não demorou muito para o Yuri servir a comida. Ficamos conversando um
pouco, enquanto nós comiamos nosso almoço.
ー
Eu e o Samuca estamos indo para o Shopping, maninha... Você não quer ir com a
gente? ー questionou Yuri, logo que terminamos de
almoçar, enquanto ele retirava os pratos e Samuca lavava.
ー
Não, valew, Yuri... ー respondi. ー Vou ficar com a Murotan aqui em casa.
ー
Hum... Saquei... ーdisse ele com malícia.
Ele
correu para o banheiro logo que terminou de retirar os pratos da mesa. Eu e
Mizuki, ficamos na cozinha, ajudando Samuca a lavar, enxugar e guardar os
pratos do almoço. Mamãe ficaria uma fera, se visse tudo desorganizado na
cozinha, então eu peguei a vassoura e varri tudo ali. Depois, enquanto Samuca e
Yuri se arrumavam para sair, eu passei pano em toda cozinha, enquanto
Mizuki-san assistia um programa bobo na tv, que mostrava, com piadas com as
pessoas se divertiam no carnaval no Brasil.
ー
Eles são divertidos... ー comentou ela sorrindo.
ー
É, são mesmo...ー concordei.
Depois de um tempo, que o Yuri tinha saido com
o Samuca, Mizuki me perguntou se poderíamos sair um pouco, então fomos passear
un pouco pela vizinhança. Fomos a casa
do Tio Allan, que era logo ao lado da nossa, mas como eles não estavam, por
causa do aniversário do papai, fomos na casa em frente, onde moravam Tia Airi e
Tio Deimus, com Kouiya e Hanabi.
ー
Quero te apresentar a Hanabi. ー falei.
ー
Ok! ー
concordou a Mizuki.
Entramos, e logo, Mizuki se assustou com a
aparência tão mais adulta da Airi-san.
ー
Mayuki... ー disse ela me abraçando. ー Você quer falar com a Hana?
ー
Sim, ela está?
ー
Sim, no quarto dela, pode ir. ー disse apontando o local do quarto.
ー
HANA!! ー chamei. ー Você tá ai?
ー
Oi, Mayo... ー respondeu ela através da porta do quarto. ー
Entra ai...
Entramos.
Se você já viu o quarto de um roqueiro nos
filmes americanos, você saberá exatamente como é o quarto da Hana. Era bem
escuro, pois ela nao deixava a janela aberta em momento nenhum do dia, e por
esse motivo o quarto dela tinha um cheiro atípico. Duas paredes eram cobertas
de TNT preto, inclusive eram as que davam acesso a janela. As outras 2, eram
cobertas com posters de bandas de rock e jrock que Hana curtia, inclusive
existiam vários posteres colados na porta, o que deixava o visual do quarto um
sombrio bem legal.
Hana era uma garota que curtia muito a vida, e
nao mantinha preconceitos nenhum, e como os pais dela notaram desde o inicio,
era quase impossível manter alguma regra com ela, então eles acabavam dando
bastante liberdade pra ela, e deixavam ela fazer quase tudo o que queria.
Hana mantinha um narguile em cima da cabeceira
ao lado de sua cama. Do outro lado da , na outra cabeceira, tinha um cinzeiro,
cheio de restos de cigarro fumados e muitos cigarros feitos manualmente,
provavelmente de entorpecentes.
Minha mãe não gostava da ideia de eu e Hana
sermos tão próximas, mas era por causa dela que eu me descobri mais cedo, que
eu era gay. Hana mantinha uma vida invejável, até para os garotos da escola. Eu
sabia de alguns casos que ela manteve com garotas que acabavam, inocentemente,
correndo atrás dela.
Ficamos eu, Mizuki e Hanabi conversando até
umas 4hs da tarde, quando ouvi o carro dos meus pais parando na porta. Fomos
para a frente da casa de Hana, onde estavam a mãe e o pai dela. De dentro do
carro saíram: Papai, mamãe, o tio Allan e tia Momo. Logo que saiu do carro,
mamãe, olhando pra mim, sem muita surpresa.
ー
Imaginei que você estaria aqui, Mayo. ー disse ela com um pouco de desdém.
ー
Como foi o almoço?
ー
Foi bom... Seus tios estavam lá também. Porque é aniversario deles hoje. ー
comentou ela.
ー
Eu sei, liguei pro tio Shimgu, e desejei felicidades a ele. ー
disse sorrindo.
ー
Ok! ー
concordou mamãe. ー Vamos?
ー
Vamos.
Concordei, enquanto eu e Murota-chan nos
despediamos de Hana e dos pais dela.
Chegamos em casa, e eu e Murota dormimos um
pouco. Mamãe acompanhou papai até o quarto. Ele parecia ter bebido um pouco,
pois estava cambaleando.
ー
Inda bem que ele não vai trabalhar amanhã. ー brincou mamãe enquanto levava papai
para o quarto.
Quando passava das 8hs, mamãe nos chamou para
jantar. Fomos, e comemos.
ー
Eu amei a comida do seu irmão. ー começou Mizuki. ー Mas, eu gostei muito da sua comida,
Aya-san. ー disse virando-se para ela.
ー
Obrigada... Mas confesso que gosto quando o Yuri faz a comida. ー
sorriu sem graça, minha mãe.
Minha mãe, na maioria das vezes, falava da
Mizuki, com um pouco de saudades na voz, entretanto parecia estar muito feliz
em revê-la, mesmo que ela namorasse comigo e fosse uma versão do próprio
passado, e essas duas coisas, não a deixassem assim tão feliz. Apesar disso,
ela parecia eestar feliz em reencontrar a Murotan de novo.
Ficamos um tempo ainda na cozinha. A Murota
atualizou a mamãe de tudo o que ela estava passando, atualizando mamãe sobre o
que estava ocorrendo em 2017, pois havia 16 anos que minha mãe havia passado
pro aquilo.
Era mais de 11hs da noite, quando eu e Mizuki
seguimos para o quarto. Deitamos na cama.
ー
Eu estou aqui há quanto tempo, mesmo? ー perguntou-me Mizuki.
ー
Acho que há dois dias, com hoje... Por que? ー questionei curiosa.
ー
Porque eu já havia me esquecido como era bom conversar com sua mãe.
Sorri.
Eu sabia o quanto elas tinham sido próximas,
pelo que minha mãe e Murota sempre contavam sobre a outra. Elas tinham sido
muito próximas, e Mizuki sempre comentava que: "Aya sempre foi como uma
mãe para todas nós, pois ela cuidava da gente e nos dava conselhos quando
precisávamos".
Eu já havia notado isso, parte porque meu pai
brincava comigo e com o Yuri, quando eramos pequenos, sempre dizendo:
ー
Sua mãe foi cuidar da outra família dela, e deixou o papai com vocês.
O que sempre nos fazia chorar, pois a gente
pensava que mamãe tinha nos abandonado. Mas, quando notava que nós, eu e Yuri,
choravamos de verdade, ele logo se redimia e falava:
ー
Ela está com o Angerme, meus amores... ー E isso nos acalmava.
As garotas sempre foram muito carinhosas
conosco, especialmente a Moe, a Musubu e a Ayano-san. Elas sempre eram quem nos
colocavam no pedestal, no lugar da minha mãe, quando iam pra nossa casa. Nos
colocavam no colo, contavam histórias, faziam a gente dormir, e coisas do tipo.
Depois de um tempo falando sobre como admirava
minha mãe, e tinha um pouco de inveja de mim, mas ao mesmo tempo estava feliz
por namorar comigo, a Mizuki adormeceu, deitada em meu braço, com a cabeça
encostada em meu seio.
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